Morte de 21 crianças intoxicadas por merenda escolar causa indignação na Índia

Em clima de comoção popular foram enterradas na Índia nesta quarta-feira, 17 de julho de 2013, as 21 crianças que morreram na terça na cidade de Masrakh devido a uma intoxicação alimentar provocada pela merenda escolar. Outras 30 crianças que comeram a mesma refeição preparada numa escola pública da cidade, à base de arroz e lentilha, continuam hospitalizadas.

Avó chora na Índia após morte de neto intoxicado pela merenda escolar. Reuters

O drama provoca revolta nesta província muito pobre da Índia. Moradores de Saran, a maior cidade da região, quebraram as janelas de ônibus escolares na terça-feira à noite e depredaram um posto policial. Os manifestantes reivindicam medidas duras contra os responsáveis pela morte das crianças.

Os primeiros resultados das investigações revelaram a presença de vestígios de um inseticida na merenda. As crianças que sobreviveram estão sendo tratadas com atropina, um antídoto para gases tóxicos que atacam o sistema nervoso.

Diante das câmeras de TV, pais afetados pelo drama contam que mandaram os filhos à escola para aprender, mas as crianças voltaram para casa se contorcendo devido às dores na barriga.

O governo do Bihar, estado indiano onde aconteceu a tragédia, vai pagar o equivalente a 7.400 reais de indenização às famílias das vítimas.

Os professores consideram que a oferta de refeições gratuitas estimula as crianças indianas a frequentarem a escola. Mas as intoxicações alimentares em ambiente escolar são frequentes por causa do baixo nível de higiene nas cozinhas e, às vezes, devido à má qualidade da comida servida.

No ano passado, mais de 130 alunos tiveram que ser hospitalizados em Puna (oeste do país) após uma intoxicação alimentar. Uma investigação revelou que a refeição havia sido contaminada pela bactéria E. coli.

Os preços dos alimentos subiram muito nos últimos seis anos na Índia, piorando a vida cotidiana dos 455 milhões de indianos que vivem, segundo o Banco Mundial, abaixo da linha da pobreza.