Opositores sírios abandonam bairro estratégico em Aleppo

Depois de mais um dia de intensos combates e bombardeios em Aleppo, no norte da Síria, os opositores do regime de Bashar foram obrigados a abandonar o bairro de Salahedine, no sul da cidade, que eles controlavam até então.

Combatentes do exército livre sírio lutam contra as forças do regime no bairro de Salahadine, em 9 de agosto de 2012. REUTERS/Zohra Bensemra

Em entrevista à Rádio França Internacional, Radwan Ziadeh, um membro do Conselho Nacional Sírio, exilado nos Estados Unidos, explicou a decisão dos combatentes de abandonar o local.

“Em Salahedine, o exércio livre sírio está ficando sem combustível e sem munição e por isso eles foram forçados a abandonar essas áreas. Tememos que o regime de Assad tenha cometido massacres nesse bairro e na vizinhança”, afirmou.

Ziadeh também criticou a lentidão e impotência da comunidade internacional para resolver o conflito. “Esse é um assunto urgente e a acho que comunidade internacional é responsável. Os Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países disseram que estavam do lado do povo sírio, mas eles não confirmam essas palavras com ações. Temos que parar com esse blá, blá, blá. Temos que apoiar o exército livre sírio. Esse é o único modo para acabar com o regime de Bashar al-Assad”, afirmou.

Substituto para Annan

Na ONU, correm os rumores que Lakhdar Brahimi possa asssumir o cargo de mediador da crise síria depois da renúncia de Kofi Annan na semana passada. Diplomata argelino de carreira, Brahimi já atuou no Afeganistão, no Iraque e na África do Sul. O nome do novo emissário para a Síria só deve ser confimado nos próximos dias.

Enquanto isso, o Irã tenta assumir um posto de negociador. Ontem, o governo iraniano realizou na capital Teerã, uma conferência internacional de caráter “consultivo” destinada a encontrar uma saída diplomática para a crise síria. A reunião contou com representantes de 28 países pró-Bashar Al-Assad, entre eles, Rússia, China, Iraque, Paquistão e Afeganistão. Os participantes pediram um “diálogo nacional” no país e o Irã voltou a defender o regime sírio.