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Brasil/ meio ambiente

Ban Ki-Moon admite que esperava texto "mais ambicioso" na Rio+20

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, abriu oficialmente nesta quarta-feira a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, onde os chefes de Estado e de Governo de cerca de 100 países vão  discutir, durante três dias, propostas para a defesa do meio ambiente e novos parâmetros de desenvolvimento. Ban admitiu que os resultados até agora poderiam ter sido mais "ambiciosos".

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, na abertura da reunião de cúpula da Rio+20.
Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, na abertura da reunião de cúpula da Rio+20. REUTERS/Nacho Doce
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"Eu também acho que deveríamos ter resultados mais ambiciosos, mas você também tem que entender que as negociações têm sido muito difíceis e muito demoradas, devido a todos os interesses e ideias conflitantes", afirmou o secretário-geral após a abertura da conferência, em uma entrevista coletiva.

"Vinte anos depois, temos outra chance (...). Não a desperdiçaremos", pregou Ban Ki-moon, no plenário do evento, do qual participam 190 membros da ONU. O evento ocorre 20 anos depois da Rio 92, quando os países pediram ações para combater as mudanças climáticas, a desertificação e a extinção das espécies.

"Estou satisfeito que as negociações tenham chegado a uma conclusão satisfatória (...). Um acordo histórico está a nosso alcance", disse ainda Ban Ki-moon. "O mundo está nos observando para ver se as palavras se traduzem em ações, como sabemos que acontecerá. A Rio+20 não é um final, é um começo. É hora de todos pensarmos globalmente e a longo prazo, começando aqui no Rio, porque o tempo não está do nosso lado", completou.

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, que também preside a conferência, reforçou a mensagem positiva. "Não tenho dúvida de que estaremos à altura dos desafios que a situação global nos impõe", disse, ao assumir a chefia das discussões. 

O encontro começou com a exibição de um curta-metragem de três minutos chamado "Bem-Vindos à Antropocena", com imagens dramáticas sobre as mudanças no meio ambiente desde a Revolução Industrial. "Estão aqui para salvar sua imagem ou nos salvar?", perguntou, por sua vez, Brittany Trifold, uma neozelandesa de 17 anos, que com uma mensagem aos líderes buscou alertá-los a tomar ações concretas que beneficiem a humanidade no longo prazo.

"Vocês já prometeram combater a pobreza, as mudanças climáticas. As multinacionais já prometeram compensar sua poluição. Essas promessas foram feitas e nosso futuro ainda está em perigo. Estamos cientes de que o tempo está acabando", disse a jovem, completando que os líderes mundiais têm "72 horas para decidir o destino de nossas crianças".

Na cúpula participam, entre outros, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, o russo Dimitri Medvedev e o indiano Manmohan Singh, assim como o presidente francês François Hollande, o sul-africano Jacob Zuma, o iraniano Mahmud Ahmadinejad, o cubano Raúl Castro e a maioria dos latino-americanos. Mas também há grandes ausências, como as do presidente americnao Barack Obama e a chefe do governo alemão, Angela Merkel.

Os representantes de todos países devem se manifestar no plenário da conferência até a sexta-feira, quando os líderes encerrarão o evento dando seu parecer sobre o documento de 53 páginas fechado pelos negociadores na terça-feira. Nesta quarta-feira, os principais bancos de desenvolvimento do planeta anunciaram, paralelamente à Rio+20, um pacote de 175 bilhões de dólares para apoiar o transporte sustentável em países em desenvolvimento.
 

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