Le Monde diz que Rio+20 é "oportunidade desperdiçada"
Uma "oportunidade desperdiçada". Assim o jornal Le Monde define a Rio + 20 na manchete da edição que chegou às bancas nesta terça-feira. Para o diário francês, a cúpula para o meio ambiente das Nações Unidas é marcada pelo impasse entre os países emergentes, liderados pelo Brasil, e os países ricos.
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De um lado, os países ricos castigados pela crise econômica que dizem ter recursos limitados para investir num plano global. De outro lado, os países emergentes que desconfiam que o projeto de ‘crescimento verde’ da ONU seja apenas uma manobra das economias industrializadas frear o desenvolvimento dos mais pobres.
Diante do imbróglio, Le Monde não usa meias palavras e diz que o encontro do Rio é decepcionante. Grandes nomes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, nem participam da conferência que corre o risco de terminar esvaziada.
Para as ambições do Brasil como ator de destaque no cenário internacional, a declaração deveria ser a mais ambiciosa possível, mas as expectativas são baixas. França, África e União Europeia apoiavam um projeto de transformar a Pnue (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) em uma agência da ONU. Porém o projeto de criar uma organização mundial do meio ambiente não deverá ser concluído nesse encontro.
De concreto, a Rio + 20 obteve um acordo sobre a necessidade de criar um sistema de governança internacional para os oceanos, uma área que não é suficientemente protegida pelas convenções ambientais existentes.
O jornal destaca também as contradições ambientais da cidade-sede do encontro. A poucos metros do Riocentro a favela Vila Autódromo sofre com a falta de saneamento básico e com a poluição. A reportagem também lembra que a favela corre o risco de demolição para abrigar um complexo esportivo para os Jogos Olímpicos de 2016.
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