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Mianmar/Política

Partido de Aung San Suu Kyi decide tomar posse em Mianmar

Desde a divulgação dos resultados das históricas eleições parciais de abril, opositores ao governo do presidente Thein Sein não assumiram seus mandatos por discordarem do texto do juramento de posse. Pressionados por deputados independentes e do partido democrático, que enfrentam forte rivalidade contra a maioria parlamentar pró-governo, os opositores eleitos resolveram mudar de posição.

Aung San Suu Kyi, vencedora do prêmio Nobel da Paz em 1991, e líder da oposição birmanesa.
Aung San Suu Kyi, vencedora do prêmio Nobel da Paz em 1991, e líder da oposição birmanesa. REUTERS/Soe Zeya Tun/Files
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A decisão de acabar com o boicote foi anunciada na manhã desta segunda-feira por Aung San Suu Kyi, vencedora do prêmio Nobel da Paz em 91 e líder da oposição. Ela e outros eleitos, membros da Liga Nacional pela Democracia (LND), haviam decidido não ocupar as cadeiras do parlamento, após as eleições em 1º de abril, por discordarem do juramento de posse. Como pretendem fazer modificações no texto da Constituição de 2008, que garante vários privilégios para os militares, eles não queriam fazer um pronunciamento que jura "proteger" a Constituição. A palavra seria alterada para "respeitar".

Em resposta a pedidos de deputados independentes e do partido democrático, que estavam em minoria no parlamento contra 76% de políticos pró-governo, os novos parlamentares decidiram assumir suas funções. "A razão pela qual nós aceitamos é, principalmente, pela vontade do povo. Nossos eleitores votaram em nós para que eles possam nos ver no parlamento", disse Aung San Suu Kyi na sede de seu partido.

Essa briga entre oposição e governo foi o primeiro choque político em Mianmar, ex-Birmânia, desde as históricas eleições parciais de abril, quando o presidente Thein Sein abriu espaço para a entrada da oposição no parlamento. O juramento dos eleitos está previsto para acontecer nesta quarta-feira.

Abertura da comunidade internacional

Em visita oficial ao país, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu hoje que a comunidade internacional diminua as sanções políticas e econômicas feitas a Mianmar. A União Europeia declarou, na semana passada, suspender todos os embargos, exceto quanto à venda de armas.

Os Estados Unidos prometem em breve anunciar um novo embaixador para o país, mas disseram que mantêm restrita a entrada de investimentos em Mianmar. Essa decisão de não afrouxar todos os embargos deve funcionar como uma estratégia de pressão sobre as futuras políticas do regime.

Com a colaboração de Murilo Salviano

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