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Síria/Repressão

Conselho de Segurança deve votar amanhã resolução europeia contra repressão na Síria

Desde ontem cerca de mil novos refugiados chegaram à Turquia fugindo da repressão na Síria, informaram hoje fontes do governo turco. O Conselho de Segurança da ONU começou a debater um projeto de resolução europeu condenando a repressão aos opositores do regime do presidente Bashar al-Assad.

A Turquia acolhe centenas de refugiados sírios.
A Turquia acolhe centenas de refugiados sírios. Reuters
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No total, cerca de 1.600 pessoas já chegaram a Hatay, na Turquia, fugindo da cidade síria de Jirs Al Chougour, onde o governo enviou reforço militar após a morte de 120 homens das forças de segurança.

Nessa quarta-feira, quatro países europeus (França, Alemanha, Reino Unido e Portugal) encaminharam ao Conselho de Segurança da ONU um novo projeto de resolução condenando a repressão aos opositores do regime de Bashar al-Assad. O texto foi apresentado aos 15 membros do Conselho e a expectativa é de que seja votado na sexta-feira. O documento, que prevê uma suspensão do fornecimento de armas à Síria, tem a oposição de Pequim e Moscou. Segundo fontes diplomáticas, o documento foi modificado para não dar a impressão de abrir uma possibilidade de intervenção militar no país.

O governo sírio condenou hoje os comentários do chanceler francês, Alain Juppé, sobre as revoltas populares nos países árabes. Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores sírio condena a ingerência da França que se acha "no direito de determinar a legitimidade dos responsáveis políticos em diferentes países". "As declarações de Alain Juppé evocam um retorno à época ultrapassada do colonialismo e de seus mandatários", diz o texto. O comunicado afirma ainda que a Síria está "decidida a dar continuidade às reformas sob o comando do presidente Bashar al-Assad e não aceita a ingerência externa". 

Recentemente, o chanceler francês declarou que um regime que usa armas contra sua própria população perde toda sua legitimidade. Juppé assinalou que a França tem interesse na estabilidade da Síria, mas estima que ela não pode ser obtida com a repressão e sim pelo caminho de reformas democráticas.

Crimes de tortura

Passados três meses desde o início do movimento de contestação na Síria, pelo menos 1.300 manifestantes morreram vítimas da repressão. As forças de segurança sírias realizaram cerca de 10 mil detenções, para intimidar os manifestantes. 

Ongs de direitos humanos e opositores vivendo no exílio relatam crimes de tortura cometidos contra os prisioneiros, como choques elétricos, ferimentos nos pés para impedir que os militantes voltem a participar de protestos e unhas arrancadas a sangue frio. Segundo relatos de opositores, as detenções são de curta duração, duram no máximo cinco dias, já que o governo sírio não dispõe de celas suficientes para manter na prisão um número tão elevado de manifestantes.

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