Obama pede que Paquistão investigue apoio a Bin Laden
Em entrevista à rede americana CBS, o presidente Barack Obama pediu ao Paquistão que abra uma investigação sobre a “rede de apoio” que ajudou Osama Bin Laden a se manter escondido no país durante cerca de seis anos. "Bin Laden teve algum tipo de apoio dentro do Paquistão”, afirmou o presidente americano, “mas não sabemos qual”.
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"Temos que investigar, e, principalmente, o Paquistão deve investigar", insistiu Obama. Segundo ele, o governo americano entrou em contato com as autoridades paquistanesas e o país está disposto a colaborar. “Mas estas também são questões que não podemos responder três ou quatro dias depois do que aconteceu”, estima o presidente americano.
Tom Donilon, conselheiro para a segurança nacional de Obama, já havia declarado neste domingo que, por enquanto, não há provas de que o governo regional de Islamabad estava a par do esconderijo de Bin Laden, morto no dia 1 de maio em uma fortaleza na cidade de Abbottabad, ao lado da academia militar do Paquistão. Mas, segundo o conselheiro, o líder da Al Qaeda certamente obteve ajuda na cidade.
Donilon também declarou que "os responsáveis paquistaneses deveriam fornecer aos Estados Unidos as informações recolhidas na residência, e autorizar o interrogatório das três mulheres de Bin Laden que foram presas. " Ele esclareceu, entretanto, que os Estados Unidos omitiram a operação do governo paquistanês por medidas de segurança, e não “por falta de confiança.” Segundo ele, se a informação tivesse vazado, Bin Laden teria fugido e os soldados americanos correriam um grande risco. Em relação aos documentos encontrados na fortaleza em Abbottabad, Donilon os comparou a uma "pequena biblioteca de universidade."
O governo americano também divulgou neste sábado cinco vídeos inéditos do líder da Al Qaeda. Donilon ainda disse que, apesar da morte do líder, "estrategicamente a rede Al Qaeda ainda não foi vencida", apesar de Ayman al-Zawahiri, o número 2 da rede, "está longe de ser um chefe como Bin Laden."
As forças armadas paquistanesas, que exercem uma grande influência política no país, admitiram nesta quinta-feira que houve falhas na transmissão de informações do serviço secreto do país sobre o paradeiro de Bin Laden.
O líder da Al Qaeda foi eliminado no domingo passado, em uma operação que durou 38 minutos e contou com a participação de 79 soldados da marinha americana, que saíram do Afeganistão. O presidente Barack Obama esteve na base de Fort Campbell, no Kentucky, na sexta-feira, para condecorar os militares que participaram da ação.
Ligia Hougland, correspondente em Washington
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