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Terrorismo/Europa

Europeus expressam mal-estar com reações sobre morte de Bin Laden

As reações de líderes europeus à notícia da eliminação do terrorista mais procurado do mundo desencadeou uma onda de críticas e questionamentos sobre a legalidade e os verdadeiros objetivos da operação. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel foi criticada até mesmo dentro de seu partido União Democrática Cristã por ter declarado: “estou muito satisfeita que tenhamos conseguido matar Bin Laden”.

Jornais do Paquistão anunciam morte de Bin Laden.
Jornais do Paquistão anunciam morte de Bin Laden. ©Reuters.
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A líder do grupo parlamentar do partido e membro do comitê central dos católicos alemães, Ingrid Fischbach, criticou duramente o comentário de Merkel. “Do ponto de vista cristão, é completamente inapropriado manifestar satisfação após a morte deliberada de alguém”, declarou.

O encarregado de questões jurídicas do UDC, Siegfried Kauder, afirmou que não teria reagido da mesma maneira que a chefe de governo, criticando Angela Merkel por sua “atitude vingativa” e “medieval”.

Um juiz de Hamburgo entrou com uma queixa contra a chanceler por “consentimento de delito”, qualificando as declarações de Merkel como “indignas”.

Segundo uma pesquisa realizada pela televisão ARD publicada nesta sexta-feira, 64% dos alemães acham que a morte de Bin Laden não deveria ser motivo de “satisfação”.

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, pediu nesta quinta-feira “a divulgação completa dos fatos verdadeiros” para determinar a legalidade da operação. “Acredito que não apenas meus serviços mas o mundo inteiro tem o direito de saber exatamente o que aconteceu”, disse Pillay durante uma visita a Oslo.

Nesta sexta-feira, dois especialistas das Nações Unidas, o relator para execuções arbitrárias e sumárias, Christof Heyns, e o relator especial para a promoção e proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais da luta antiterrorista, Martin Scheinin, disseram que os Estados Unidos deveriam divulgar os fatos sobre a morte de Osama Bin Laden para permitir uma avaliação da operação "de acordo com a legislação internacional em relação aos direitos humanos”.

No Reino Unido, o líder espiritual da Igreja Anglicana, o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, criticou as circunstâncias da morte do líder da Al Qaeda. “ Acho que o assassinato de um homem desarmado sempre vai provocar um mal-estar porque parece que a justiça não foi feita”, disse durante uma entrevista coletiva.

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