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Japão/Nuclear

Governo obriga empresa responsável por Fukushima a indenizar vítimas

O governo japonês ordenou à operadora da central nuclear de Fukushima a começar a efetuar o pagamento das indenizações às famílias que foram obrigadas a ser retiradas de suas casas devido à contaminação radioativa. Antes de ser definido o montante total das indenizações, a empresa Tepco (Tokyo Eletric Power) deve adiantar o valor de 1 milhão de ienes, o equivalente a 19 mil reais, por família.

Moradores de Yamada, na região noroeste do Japão, vão buscar água mineral distribuída pela prefeitura.
Moradores de Yamada, na região noroeste do Japão, vão buscar água mineral distribuída pela prefeitura. Reuters
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Terão direito à indenização todas as pessoas residindo na zona de evacuação, em um raio de 20 quilômetros em torno da usina de Fukushima, e também os moradores de uma área entre 20 a 30 quilômetros que foram orientados a deixar suas casas.

Os habitantes que não estão no perímetro estabelecido pelo governo mas que receberam ordem para deixar suas residências também serão indenizados. No total, cerca de 50 mil famílias receberão o dinheiro.

“Decidimos pagar imediatamente”, declarou o presidente da Tepco, Masataka Shimizu, durante uma entrevista coletiva. “Vamos depositar aos moradores o valor fixado pelo governo”, afirmou.

O ministro da Indústria do Japão, Banri Kaieda, adiantou que as indenizações podem começar a ser depositadas ainda neste mês.

A central de Fukushima, atingida pelo terremoto e o tsunami do dia 11 de março, apresentou uma série de problemas que provocaram uma interrupção dos sistemas de resfriamento, explosões pela forte concentração de hidrogênio e vazamentos radioativos, forçando as autoridades a pedir aos moradores em torno da usina nuclear a abandonar suas casas.

Segundo o correspondente da Rádio França Internacional em Tóquio, Frédéric Charles, nos bastidores a empresa Tepco tenta limitar o valor das indenizações para não entrar em falência.

A empresa, por exemplo, não pretende indenizar pescadores e agricultores da região nordeste do Japão que tiveram a comercialização de seus produtos suspensa em função dos dejetos radioativos lançados no mar e na atmosfera. Segundo a empresa, a decisão de proibir a venda foi tomada pelo governo, apesar de que o nível de radioatividade encontrado nos produtos não apresentasse riscos para a saúde humana.

As operações para bombeamento da água contaminada e de resfriamento do combustível continuam nesta sexta-feira, apesar de que os operários ainda não podem entrar nas instalações devido ao nível altíssimo de radioatividade da água lançada na central que inundou os prédios e túneis. 

A prioridade é de retirar esse líquido contaminado e encontrar um meio de tratá-lo e depois estocar. A empresa Tepco estuda várias alternativas para resolver os problemas com a ajuda de especialistas da empresa francesa Areva, enviados ao Japão.

Conselhos

O governo da França anunciou nesta sexta-feira que suspendeu a recomendação aos cidadãos do país de evitar viagens ao Japão, com exceção da região nordeste onde se encontra a central de Fukushima.

Os Estados Unidos também estima que o risco representado pelo acidente na central nuclear já foi reduzido e não mais aconselha os familiares dos diplomatas americanos a deixar o país.

Com a proximidade do verão, cresce os temores de falta de energia elétrica na região de Tóquio onde vivem cerca de 35 milhões de pessoas. O governo já alertou diversas empresas e particulares de que haverá redução no fornecimento de energia de 15 a 25% durante a estação.

Os grupos Coca-Cola Japão e Suntory já decidiram não mais refrigerar suas máquinas de bebidas instaladas nas ruas da capital japonesa em resposta às críticas do governador de Tóquio, Shintaro Ishihara. Ele considera que essas máquinas consomem muita energia inutilmente.
 

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