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Líbia / diplomacia

Chanceler francês critica atuação da Otan na Líbia

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, criticou hoje pela primeira vez a Otan, que segundo ele não está desempenhando suficientemente seu papel contra as forças do ditador líbio Muammar Kadafi para proteger a população civil. "A Otan deve cumprir plenamente seu papel. A Otan quis assumir a direção das operações e nós aceitamos", afirmou o ministro.

O ministro da defesa, Alain Juppé, julga a ação da Otan insuficiente.
O ministro da defesa, Alain Juppé, julga a ação da Otan insuficiente. Reuters
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"Agora, deve cumprir seu papel, ou seja, assegurar que Kadafi não utilize novamente armas pesadas para bombardear a população", disse Juppé, sugerindo que a organização militar destrua o armamento das forças leais a Kadafi que bombardeiam a cidade de Misrata. O secretário britânico das Relações Exteriores, Wuliam Hague, também pediu à Otan intensificar seus esforços militares na Líbia.

A França e a Grã-Bretanha, na origem da coalizão internacional que defendeu a intervenção militar na Líbia, buscam ampliar o apoio político para fazer pressão sobre Kadafi. Segundo Alain Juppé, a questão principal agora é negociar as condições para uma saída do coronel do poder. Mas ele reconheceu que na resolução da ONU sobre a Líbia não está escrito que a coalizão deve derrubar o regime de Kadafi. As declarações foram feitas antes do encontro, hoje em Luxemburgo, dos ministros das Relações Exteriores dos países da União Europeia. Além da crises na Costa do Marfim e Líbia, os chanceleres devem discutir também o tema da imigração, diante da chegada em massa de refugiados fugindo dos conflitos nos países do norte da África.

No encontro, os europeus prepararão o projeto de missão militar e humanitária para ajudar Misrata, cercada pelas forças de Kadafi. A missão deve contar com a ajuda de "no máximo algumas centenas de soldados", de acordo com um diplomata ouvido pela AFP. A Suécia já demonstrou oposição a uma ação humanitária com apoio militar.

Negociações na Líbia permanecem

A França, primeiro país a atacar militarmente a Líbia, tenta convencer a União Africana a participar do chamado grupo de contato que vai se reunir no Catar no dia 13 de abril. O grupo e encarregado de controlar a intervenção militar e aplicar as medidas previstas na resolução da ONU. A União Africana, que boicotou a primeira reunião do grupo de contato, enviou uma delegação de mediadores à Líbia.

Depois de um acordo com Kadafi, a delegação não convenceu os rebeldes a aceitar uma proposta de cessar fogo negociada com o ditador. Nesta terça-feira, a União Africana pediu a "cooperação total" dos rebeldes na Líbia. Após encontro ontem com o grupo de mediadores africanos, o chefe do Conselho Nacional de Transição na Líbia declarou que a proposta apresentada estava ultrapassada e exige a saída de Kadafi e de seus filhos, e que qualquer proposta que não levar em conta essa condição não será considerada. Após violentos combates que fizeram pelo menos 50 mortos desde o último sábado, os rebeldes retomaram ontem o controle de Adjabiya.

 

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