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Mianmar/Eleição

Violência após eleições em Mianmar provoca fuga de 10 mil pessoas

Pelo menos 10 mil pessoas já deixaram Mianmar, a ex-Birmânia, e atravessaram a fronteira com a Tailândia para fugir dos combates violentos entre o exército e os rebeldes de minorias étnicas. A tensão começou neste domingo com o protesto contra as primeiras eleições no país em 20 anos. O processo eleitoral, que excluiu milhões de pessoas de minorias étnicas, divide a comunidade internacional.

Pelo menos 10 mil de pessoas fogem de Mianmar para a Tailândia.
Pelo menos 10 mil de pessoas fogem de Mianmar para a Tailândia. Reuters
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Um confronto armado em Mianmar, antiga Birmânia, nesta segunda-feira, que deixou três mortos e onze ferido, obrigou dezenas de pessoas a cruzarem a fronteira com a Tailândia. Os tiroteios ocorreram perto de um posto de vigilância ocupado no domingo por guerrilheiros do Exército Budista para a Democracia Karen na fronteira de Mianmar, no mesmo dia em que foram realizadas as primeiras eleições no país em duas décadas.

Os conflitos étnicos entre militares e rebeldes do chamado exército budista democrático karen começam na segunda de manhã, no leste do país, deixando pelo menos três mortos. As minorias étnicas formam pelo menos um terço dos 50 milhões de habitantes do país com conflitos permanentes com o poder central.

Segundo fonte ligada ao governo, os resultados oficiais devem levar cerca de uma semana para serem anunciados. A imprensa oficial já publicou uma lista de vencedores em 57 distritos. Em 55 deles, a disputa foi realizada com candidatos únicos. Sem surpresa, a junta militar deve sair vencedora desse pleito.

A comunidade internacional, tendo à frente Washington, Londres, Bruxelas e Tóquio, denuncia a eleição como fraudulenta. Enquanto isso, a China, fiel aliada da junta birmanesa, saúda o que chama de "avanço político" em Mianmar. A China é um importante investidor no país, principalmente no setor de recursos naturais, além de importante fornecedor de armas aos militares.

A comunidade internacional continua a pedir a libertação da líder da oposição e prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, que já passou 15 anos dos últimos 21 anos em detenção. O partido de Aung San Suu Kyi venceu as últimas eleições, há 20 anos, mas nunca assumiu o poder. Neste ano, o partido boicotou o pleito. Em visita à Índia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou oa país pelo seu silêncio sobre a situação dos direitos humanos na Birmânia.
 

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