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Mianmar/Birmânia/Oposição

Partido da oposição de Suu Kyi boicota eleições em Mianmar

A Liga Nacional para a Democracia (LND), partido de Aung San Suu Kyi, líder da oposição em Mianmar, ex-Birmânia, decidiu nesta segunda-feira boicotar as primeiras eleições legislativas do país em vinte anos. O partido não aceita as leis eleitorais promulgadas pela junta militar que governa desde junho de 1989 e pode ser dissolvido pelo poder.

Membros da oposição anunciam boicote nas ruas de Mianmar.
Membros da oposição anunciam boicote nas ruas de Mianmar. Reuters
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Reunidos na capital Rangum, cerca de cem membros do comitê central da LDN seguiram a posição de Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz, que tinha se pronunciado na semana passada contra a participação do partido nas eleições, que devem se realizar entre o final de outubro e o começo de novembro deste ano.
Segundo o porta-voz do partido, Nyan Win, que é também advogado de Suu Kyi, a LDN decidiu não se registrar como um partido político por considerar injustas as leis eleitorais aprovadas em 2010 pelo Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento, nome oficial da junta miliar no poder.
As novas leis eleitorais proíbem que os partidos tenham prisioneiros políticos em seus quadros. A medida atinge diretamente a líder da oposição, que cumpre atualmente uma pena de um ano e meio de prisão domiciliar.
Para a LDN, a escolha era clara: participar das próximas eleições depois de ter excluído Suu Kyi do partido ou correr o risco de ser dissolvida. Os delegados escolheram conservar em seus quadros a mulher que virou um símbolo da resistência aos generais. A LDN pode ser dissolvida pela junta após um prazo legal que vence no dia 6 de maio.
Como consequência dessa decisão, as próximas eleições não vão contar com o principal partido da oposição.
A LDN ganhou as últimas eleições em 1990, mas a vitória nunca foi reconhecida pelo governo e, no início de março, a votação foi anulada.
A comunidade internacional condenou o que definiu como "uma paródia de democracia" a promulgação das novas leis eleitorais.
A ausência do partido de Aung San Suu Kyi deve reforçar as críticas de que as próximas eleições serão apenas uma fachada para legitimar o poder dos militares.
 

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