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Israel/Faixa de Gaza

Ministros israelenses definem comissão que vai investigar ataque

Os principais ministros israelenses se reúnem nesta quarta-feira para decidir quais serão os contornos da comissão jurídica que vai investigar o ataque de militares israelenses a barcos humanitários que levavam ajuda à Faixa de Gaza. Segundo a imprensa de Israel, o governo deve decidir, principalmente, se especialistas estrangeiros poderão fazer parte da comissão.

O barco turco Mavi Marmara, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza e foi atacado por miitares israelenses.
O barco turco Mavi Marmara, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza e foi atacado por miitares israelenses. Reuters/Emrah Dalkaya
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De acordo com o jornal Maariv, o grupo será compostos por "renomados" juristas israelenses e por, pelo menos, dois experts estrangeiros, entre eles um norte-americano.

Após a pressão internacional causada pelo ataque de Israel aos barcos humanitários, o ministro da Defesa, Ehoud Barak, anunciou a criação de uma comissão para investigar a operação e tentar, assim, evitar um inquérito independente da comunidade internacional. A comissão tem, entretanto, um mandato restrito e deve se limitar a analisar os aspectos jurídicos do ataque, feito em águas internacionais, e do bloqueio à Faixa de Gaza.

A “Flotilha da Liberdade” composta por seis navios que levavam cerca de 700 pessoas e dez mil toneladas de ajuda ao território palestino, foi atacada por militares israelenses na última segunda-feira em águas internacionais. A operação causou a morte de 9 pessoas e  protestos da comunidade internacional.

Bloqueio

Na reunião desta quarta-feira, os ministros também devem discutir a possibilidade de tornar o bloqueio a Gaza menos rígido. Sobre isso, o jornal britânico Daily Telegraph publicou nesta quarta-feira reportagem, sugerindo que Israel está pronto para suavizar o embargo. Mas, em troca, pediria à comunidade internacional que desista de investigar o ataque à flotilha e que apoie a criação da comissão de investigação israelense.

O diário britânico informa ainda que o acordo inclui facilitar o acesso à Gaza e autorização para que a ONU envie material de construção para 60 mil novas habitações. O jornal acrescenta que as informações foram passadas por uma "autoridade ocidental" e que o governo de Israel nega os termos do acordo.

Israel impôs um bloqueio à Faixa de Gaza desde 2007, quando o grupo palestino Hamas venceu as eleições e assumiu o controle da região.

Estados Unidos

Em Washington, o presidente norte-americano, Barack Obama, recebe, nesta quarta-feira na Casa Branca, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Obama deve propor uma ajuda à Faixa de Gaza e certamente tentar garantir que o recente ataque de Israel não reduza a migalhas os esforços de paz de Washington para a retomada de um diálogo israelo-palestino.

Os Estados Unidos devem, ainda, garantir a Mahmoud Abbas que farão pressão sobre os israelenses para que suavizem o bloqueio de Gaza e autorizem a entrada de mais ajuda humanitária. Também serão debatidas medidas para melhorar a vida dos habitantes de Gaza, entre elas o apoio dos norte-americanos a projetos destinados a favorecer o desenvolvimento econômico e uma melhor qualidade de vida na região.

Os analistas políticos não esperam muito do encontro de hoje entre os dois dirigentes. Ao mesmo tempo que os americanos julgam insustentável o bloqueio a Gaza, querem evitar tensões com Israel. No fim do mês, Obama deve se encontrar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahou.

 

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