População contava com ajuda, diz brasileiro na Faixa de Gaza
Omar il Jamal nasceu na Faixa de Gaza e morou 33 anos no Brasil, que considera a sua verdadeira pátria. Comerciante, ele voltou a morar em Gaza há quatro anos. Seus projetos de abrir uma empresa de importação de produtos brasileiros foram prejudicados pelo bloqueio da região por Israel e hoje ele vive do comércio de produtos de baixo valor.
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Falta tudo
Depois do ataque israelense à "Flotilha da Liberdade", Omar il Jamal diz que as pessoas na região estão tristes, ainda mais porque a frota estava levando um tipo de ajuda proibida pelo bloqueio. Ele cita alguns exemplos, como leitos hospitalares e cadeiras de rodas. «Aqui falta tudo, todos os artigos de primeira necessidade. Os medicamentos entram num mês, depois ficamos quatro meses sem remédios. Os equipamentos dos hospitais quebram, enguiçam e não tem peças para conserto.
Omar Il Jamal comerciante palestino-brasileiro
Também falta luz porque a Faixa de Gaza fica sem luz 80% do tempo, fica todo mundo atrás de motores pequenos, mas também não funcionam porque falta gasolina. Comida também falta de vez em quando, material de escola, material de construção porque a cidade tem muitas casas que foram destruídas, as pessoas não têm lugar para morar, vivem em barracas… » relata o comerciante.
Flotilha da Liberdade
« Estávamos todos esperando o pessoal chegar », comenta Omar il Jamal, explicando que era grande a expectativa de receber material hospitalar. Mas ele enfatiza que também todos aguardavam a frota pelo apoio. « Estávamos preparando tudo e acabou em tristeza. Manifestamos pelo que aconteceu, todos eram pessoas de paz », lamenta o brasileiro de coração.
João Alencar, em colaboração para RFI
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