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Radar econômico

2014 deve marcar recuperação das bolsas na Europa

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Quem investe na Europa têm tudo para ter meses de bons rendimentos pela frente. Neste início de 2014, os analistas de mercado são unânimes em apostar em um ano de “normalização” das bolsas europeias, após anos de instabilidade provocada pela crise. Uma alta de 8% é aguardada no índice francês, o CAC 40.

Fachada da Bolsa de Paris, que deve acumular alta de 8% em 2014.
Fachada da Bolsa de Paris, que deve acumular alta de 8% em 2014. REUTERS/John Schults
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2012 e 2013 já haviam sido bons anos para as bolsas, quando o pior da turbulência econômica começou a ficar para trás. Mas agora a melhora deve se traduzir no retorno dos lucros nas ações. O aumento do PIB mundial, esperado de 3,4%, completa o cenário. “As razões para este ano positivo de 2013 são a performance excelente dos mercados desenvolvidos, o impacto positivo da política monetária americana sobre os mercados financeiros, a diminuição das taxas de juros nos países da Europa”, explica Pascal de Lima, economista da Sciences Po, em Paris, especialista em finanças. “Todo este ambiente positivo deve permanecer pelos próximos dois anos.”

Ao lado do aumento do crescimento mundial, a recuperação da economia americana e a diminuição gradativa dos estímulos no país são as principais razões para trazer sorrisos aos investidores na Europa. Com a decisão do Fed, o Banco Central americano, os juros vão subir nos Estados Unidos e os investidores devem retornar cada vez mais para o país, mas também para a Europa, que vai se beneficiar desta situação. “Há dois fatores que são positivos para a Europa: a retomada do crescimento nos Estados Unidos, com o apoio do Fed, e o fato de que a redução da compra de ativos pelo Fed vai significar o início da subida do dólar e do enfraquecimento do euro, o que seria muito bem-vindo para os exportadores europeus”, avalia Gaelle Blanchard, estrategista sênior do Société Générale.

Um dos fatores que também explicam o otimismo é a piora na situação nos países emergentes, como o Brasil. Em 2013, a Bovespa registrou uma das maiores quedas do mundo, de 15,5%. Gaelle Blanchard lembra que, por ter apostado forte nos emergentes, agora a principal economia da zona do euro, a Alemanha, vai sofrer as consequências.

“As perspectivas de crescimento nos países emergentes foram revisadas várias vezes para baixo, ao mesmo tempo em que percebemos uma aceleração nos Estados Unidos. Desta forma, ao terem preferido os Estados Unidos, os índices como o CAC, da França, estão melhor expostos do que o alemão DAX”, avalia. “Portanto, na Europa, é provável que tenhamos uma performance pior da Alemanha em relação a países como a França ou a Itália.”

No Brasil, as eleições devem trazer instabilidade às bolsas. Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora, evita fazer previsões mas espera que o governo traga a estabilidade de que os mercados precisam para poder subir.

“Eu acho que a tendência deveria ser que o ano de 2013 tenha mostrado para o governo que determinados movimentos devem ser postos de lado”, afirma. “O governo está gastando mais do que arrecada. Existe uma necessidade de comprometimento em manter a estabilidade econômica, com uma inflação mais próxima do centro da meta, algo que não vemos há algum tempo.”
A pesquisa Focus do Banco Central, divulgada ontem, mostrou que os economistas preveem uma expansão de 1,95% da economia brasileira em 2014.
 

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