Impasse orçamentário nos EUA e crise política na Itália provocam queda de bolsas mundiais
As principais bolsas do mundo operam em baixa nesta segunda-feira, 30 de setembro de 2013, devido à probabilidade cada vez maior de uma paralisia do governo americano e a uma nova crise política na Itália que pode ressuscitar as preocupações sobre a estabilidade da zona do euro. A Bolsa de Milão abriu com uma queda de mais de 2%. No início do pregão, Paris e Frankfurt também estavam no vermelho, perdendo mais de 1%.
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Na Ásia, o índice Nikkei da bolsa de Tóquio fechou em queda de 2,06%, enquanto as bolsas de Hong Kong e Sidney encerraram suas atividades com perdas respectivamente de 1,28% e 1,66%. Outras bolsas asiáticas também operam no vermelho.
Os investidores acompanham com atenção os desbates entre os parlamentares americanos, que têm até meia-noite desta segunda-feira, no horário de Washington, para chegar a um acordo sobre o orçamento provisório e impedir uma paralisia parcial do Estado federal a partir desta terça.
A Câmara dos Representantes, controlada pela oposição republicana, adotou neste final de semana um projeto de lei que permite ao Estado se financiar, com a condição de adiar por um ano a grande reforma do sistema de saúde do presidente Barack Obama, da qual uma parte importante deve teoricamente entrar em vigor nesta terça-feira. Mas o Senado, controlado pelo democratas, deve rejeitar o texto votado pela Câmara dos Representantes.
Se uma lei das finanças provisória para o ano 2013-2014 que começa no dia 1° de outubro não for votada até meia-noite pelo Congresso, os serviços federais americanos considerados como não essenciais para o funcionamento do país vão fechar.
Alguns economistas estimam que um fechamento parcial dos serviços públicos durante duas semanas reduziria o crescimento econômico americano de 0,3 a 0,5%.
A Itália também preocupa os mercados. Uma nova crise governamental começou no sábado com a demissão dos cinco ministros integrantes do Povo da Liberdade (PDL, de centro-direita), uma decisão inspirada por Silvio Berlusconi. O chefe do governo, Enrico Letta, anunciou que vai pedir um voto de confiança ao Parlamento na quarta-feira.
Títulos europeus
No mercado cambial, a perspectiva de uma paralisia governamental nos Estados Unidos provocou um aumento do iene japonês, considerado um valor de refúgio quando surgem preocupações no mercado.
A taxa de juros para os títulos italianos com vencimento em dez anos também está em alta nesta segunda-feira.
A vitória da oposição socialista nas eleições municipais deste domingo em Portugal também provocou o aumento da taxa de juros dos títulos portugueses com vencimento em dez anos.
As taxas de juros dos títulos da Grécia e da Espanha, outros países considerados economicamente instáveis também estão em alta.
Em compensação, os analistas indicam que essa fase de tensão pode beneficiar os títulos alemães e franceses, considerados valores seguros onde os investidores tendem a se refugiar.
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