Médicos brasileiros vão às ruas contra contratação de estrangeiros
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Convocados pelo Conselho Federal de Medicina, médicos de todo o Brasil protestam nesta quarta-feira contra a promessa do Governo Federal de trazer médicos estrangeiros (em especial, cubanos) para trabalhar em regiões afastadas e nas periferias das grandes cidades do país. Em determinadas regiões a falta de médicos é de fato flagrante - principalmente em estados do norte e do nordeste. Em áreas nobres das grandes capitais do sudeste, sobram médicos.
Para tentar sanar este problema, o Governo Federal lançou o Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica, o PROVAB, que oferece salário de oito mil reais, além de bônus em concursos de residências a médicos recém-formados, que topem trabalhar nas áreas mais necessitadas do país. Mas a simples presença dos profissionais não resolve o problema, acredita o médico peruano Alberto Ignácio Olivares Olivares que, há 21 anos, atua em Boa Vista e dá aulas no curso de medicina na Universidade Federal de Roraima.
Ele próprio membro do Conselho Federal de Medicina reclama que mesmo que os médicos venham, não há como segurá-los nos lugares, já que falta infra-estrutura. Em entrevista à RFI Brasil, Olivares diz afirma que a profissão já é estressante por natureza, mas que a falta de recursos - laboratórios, plano de carreira, formação continuada - é hoje o maior estresse que enfrentam os médicos nas áreas afastadas do país.
Só uma revolução resolveria o problema da saúde no Brasil? Talvez. Mas como isso está longe de acontecer, será que a "importação" de profissionais para sanar a necessidade urgente em determinadas regiões não é um paliativo necessário? Há muito o que se discutir neste tema, cuja urgência não permite muita discussão. Ouça a entrevista no link acima.
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