Transporte, segurança e transparência são desafios para a Copa no Brasil

A exatos 365 dias do início da Copa do Mundo no Brasil, o país permanece com três grandes desafios para melhorar até o início do campeonato de futebol: o transporte, a segurança e a transparência das ações realizadas pelos governos municipais, estaduais e federal. Esta é a constatação de dois dos maiores observadores externos ao planejamento da Copa, o Instituto Ethos e a consultoria esportiva Pluri, e também do ex-jogador Raí, diretor da ONG Atletas pela Cidadania.

Torcedores foram à reinauguração do estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, que foi entregue sem estar completamente pronto. REUTERS/Sergio Moraes

Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri Consultoria, avalia a preparação do Brasil como caótica. Ele acha que o governo concentrou os investimentos nos estádios e todo o resto ficou abaixo das expectativas, principalmente os aspectos da mobilidade urbana, a cargo das prefeituras, e os aeroportos, do governo federal. Ferreira ainda lamenta que não foi desenvolvido um plano de segurança pública nas cidades-sede, e essa questão deve ser resolvida apenas nos dias do evento.

O ex-jogador Raí acha que devido aos múltiplos atrasos em obras, a Copa não vai ser tão boa quanto poderia ser, mas a alegria dos brasileiros vai compensar.

Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, observa que o planejamento ruim das obras de infraestrutura necessárias resultou em orçamentos que explodem por todos os lados. Ele avalia que a transparência sobre os investimentos e as ações segue um dos principais problemas. O instituto desenvolveu um índice específico para medir este aspecto nas prefeituras, e os resultados são decepcionantes por enquanto.

(Para ouvir a reportagem, clique acima)