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Reportagem

Paraguai deve eleger presidente de direita no domingo

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O Paraguai elege neste domingo seu novo presidente, com dois candidatos de direita encabeçando a disputa. O favorito é o megaempresário Horacio Cartes, do partido Colorado, que soma 37% das intenções de voto, de acordo com pesquisa mais recente, publicada pelo jornal paraguaio ABC. O segundo colocado é o ex-ministro de Obras Públicas Efrain Alegre, do Partido Liberal, o preferido de 30% dos eleitores ouvidos.

Horacio Cartes e Efraín Alegre.
Horacio Cartes e Efraín Alegre. Reuters
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Em entrevista à RFI, o historiador Francisco Doratioto, do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, afirmou que a eleição de Cartes representaria o retorno de práticas políticas arcaicas. O partido Colorado governou o Paraguai por 60 anos, e só perdeu uma eleição desde a redemocratização do país, em 1989. "É um partido que historicamente usou a máquina pública em benefício de seus membros", informa.

Cartes, por sua vez, tem um passado bastante nebuloso, comenta o presidente do Centro Brasileiro de Relações "Ele é dono de um banco que sofreu reprimendas do Fundo Monetário Internacional em função de operações de lavagem de dinheiro, e é acusado de ter sido sócio do traficante Fernandinho Beira-Mar, quando este estava foragido no Paraguai."

Observadores internacionais vão verificar a lisura do processo eleitoral, o primeiro desde o polêmico processo de impeachment que tirou do governo o ex-presidente Fernando Lugo, em junho do ano passado. Para Doratioto, as condições no Paraguai permitem que a eleição ocorra sem polêmicas, como aconteceu na Venezuela.

Os dois candidatos mais bem posicionados nas pesquisas representam segurança para os chamados brasiguaios - produtores rurais paraguaios filhos de brasileiros que moram no país vizinho.Como ambos são ligados ao empresariado, devem proteger a propriedade privada e reprimir as invasões de terra, frequentes nos últimos anos, sem combate firme do governo passado. O maior desafio do novo presidente será tentar diminuir a concentração de renda, que aumentou nos últimos anos, apesar do crescimento gradual da economia paraguaia.
 

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