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Conflito nas Malvinas

Cristina Kirchner exige na ONU negociações sobre Malvinas

A presidenta argentina Cristina Kirchner exigiu, no comitê de descolonização da ONU, a abertura das negociações com a Grã-Bretanha sobre as Malvinas. Passados 30 anos da guerra que matou 900 pessoas e permitiu que os britânicos continuassem a controlar o arquipélago, Buenos Aires ainda reivindica a soberania do território. "Pedimos pouco: discutir", declarou. "Não pedimos que nos deem razão. Pedimos que (o Reino Unido) se sente à mesa de negociações".

A presidenta argentina Cristina Kirchner
A presidenta argentina Cristina Kirchner AFP PHOTO/Mehdi Taamallah
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De acordo com a presidenta, a Argentina está disposta a negociar, mas descartou qualquer saída militar para retratar isso que ela classificou como "afronta". "Não queremos novos mortos, não queremos outras guerras", disse. E acusou a Grã-Bretanha de se aproveitar de sua posição como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU para manter o estatuto colonial do arquipélago, que vive sob o mando da coroa britânica desde 1833.

Esta é a segunda vez no ano que Buenos Aires levanta esta questão na ONU. Em fevereiro, os argentinos apresentaram uma queixa acusando o Reino Unido de militarização do território. Isso porque os ingleses haviam enviado à região um navio de guerra "destroyer" e uma missão do príncipe William, que é piloto de helicóptero da Força Aérea Real. Estes dois desembarques militares foram vistos pela Argentina como provocações.

O próprio comitê de descolonização convoca Londres e Buenos Aires regularmente desde 1965 para discutir a soberania das Malvinas, mas o Reino Unido sempre se recusou a negociar. Em comunicado, o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, se disse "consciente do forte apoio" que a Argentina tem dentro da América Latina. De fato, em dezembro passado, Brasil, Uruguai e Chile deram uma demonstração de solidariedade a Buenos Aires ao proibir a entrada de navios com bandeira das Malvinas em seus portos.

Pouco antes do discurso de Kirchner, o primeiro ministro inglês, David Cameron, disse que a soberania do arquipélago é "absolutamente inegociável". Ele garantiu não ter qualquer "intenção agressiva" com relação ao governo argentino e fez a seguinte comparação: "Isso não é um jogo de 'Banco Imobiliário' (sic), em que países trocam um território. Cabe aos habitantes das ilhas determinar seu próprio futuro". O discurso vem bem a calhar, porque os habitantes das Malvinas vão às urnas em 2013 para um referendo sobre a situação do arquipélago.

O referendo foi anunciado há poucos dias, em Nova York, por Roger Edwards e Michael Summers, dois membros da Assembleia Legislativa do país. De acordo com Edwards, "96% do eleitorado" deseja manter o atual estatudo do território. Ele disse também que tentou entregar uma carta para o ministro das Relações Exteriores argentino, Hector Timerman, em que chamava os argentinos para conversar diretamente com o arquipélago. Mas a carta foi tratada com desdém, segundo Edwards.

 

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