Malvinas vão organizar referendo sobre status político

As ilhas Malvinas vão organizar em 2013, um referendo sobre seu status político. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo governo autônomo do arquipélago, que está sob domínio britânico, alegando que os moradores da ilha não querem ser governados por Buenos Aires. A Argentina reivindica a soberania da ilha.

Monumento dedicado aos soldados britânicos mortos em 1982 na guerra das Malvinas. REUTERS

“Celebramos este referendo não porque temos dúvidas sobre quem somos e do futuro que queremos, mas para mostrar ao mundo como estamos seguros sobre isso”, declarou o presidente da Assembleia legislativa local, Gavin Short, através de um comunicado.

O governo do arquipélago espera que este anúncio, que acontece somente dois dias antes das celebrações de 30 anos do fim do conflito entre Reino Unido e Argentina pela soberania do arquipélago, ponha fim à disputa.

“Não tenho dúvida de que os moradores das Falklands (como são chamadas em inglês) desejam que as ilhas continuem sendo um território de ultramar autogovernado do Reino Unido. Não temos nenhum desejo de ser governados por Buenos Aires”, acrescentou Short.

Segundo o presidente da Assembleia, o governo argentino usa uma retórica enganosa afirmando que “não temos opiniões fortes ou inclusive que somos reféns das forças armadas britânicas. Isto é simplesmente absurdo”, acrescentou.

O comunicado precisa que a consulta popular se celebrará “na primeira metade de 2013” na presença de observadores internacionais independentes, e sublinha que “nas próximas semanas” será anunciada a questão que será feita no referendo e outros detalhes.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, indicou, por sua vez, que o Reino Unido “respeitará e defenderá” a decisão dos insulares.

A presidenta argentina Cristina Kirchner prevê viajar na quarta-feira para Nova York onde, na quinta-feira, vai intervir no Comitê de Descolonização da ONU para renovar o pedido de soberania de seu país sobre as ilhas Malvinas.

O Comitê de Descolonização da ONU vem instando regularmente, desde 1965, os dois países a iniciar negociações pela disputa da soberania nas ilhas do Atlântico sul, ocupadas pelo Reino Unido em 1833, ainda que Londres se negue a dialogar.