Agravamento da crise na Espanha preocupa europeus
Os jornais deste sábado, 28 de abril, destacam a preocupação dos vizinhos europeus com o crescimento explosivo do desemprego na Espanha e um possível contágio aos demais países da zona do euro.
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"A Espanha vive um momento muito duro", afirma o diário conservador Le Figaro, com um quarto de sua população desempregada e o peso de uma nova recessão. Essa crise grave, muito grave, escreve Le Figaro, fragiliza ainda mais a Europa, suas perspectivas de crescimento e o sistema financeiro europeu. No entanto, contrariamente à Grécia, a Espanha não ameaça o euro de implosão, já que ninguém imagina a zona do euro sem a Espanha, quarta economia do continente.
Le Figaro explica a diferença entre as crises na Espanha, em Portugal e na Grécia. Os cofres públicos espanhóis não estão à beira da falência. O país não precisará, em princípio, de programas de resgate como aconteceu com a Grécia e Portugal. O problema na Espanha é o setor bancário. Com a explosão da bolha imobiliária e o aumento do desemprego, o reembolso das hipotecas ficou mais difícil. Na corda bamba, os bancos espanhóis precisam de 50 bilhões de euros para tapar o rombo em seus balanços. Para o Le Figaro, é bem provável que eles sejam socorridos pelo fundo europeu criado para amortecer a crise.
A Espanha afunda mas não se rende, nota o jornal Libération, assinalando que se a Espanha declarasse falência seria o fim do euro. Segundo o Libé, os indicadores econômicos alimentam o pessimismo ambiente, mas o governo espanhol garante que não precisa de ajuda financeira da União Europeia e tem condições de retomar o crescimento em 2013. Menos otimistas, analistas espanhóis dizem que os bancos do país estão a seco, não têm um tostão para emprestar às empresas. Sem crédito, a economia carece de oxigênio e daí o pânico aumenta.
O governo espanhol está seguindo à risca o plano de austeridade imposto por Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, mas muitos esperam a vitória do socialista François Hollande na eleição presidencial francesa para redirecionar a política do bloco para o crescimento, estima o Libération.
Le Monde destaca que o governo americano registrou com satisfação a recente conversão de Angela Merkel a um pacto de crescimento.
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