Merkel promete medidas para incentivar crescimento na UE

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje que prepara “uma agenda de crescimento” para a União Europeia, a ser apresentada na próxima cúpula dos dirigentes do bloco, em junho. Merkel defendeu um aumento dos recursos do Banco Europeu de Investimentos uma utilização mais flexível do Fundo de Infraestrutura da União Europeia para retomar a economia. Ela continua, entretanto, se negando a renegociar o Pacto Fiscal Europeu.

Angela Merkel continua se negando a renegociar o Pacto Fiscal Europeu. REUTERS/Thomas Peter

“Nós preparamos uma agenda de crescimento para a cúpula europeia de junho”, afirmou a chanceler, em entrevista ao jornal Leipziger Volkszeitung. A governante, entretanto, advertiu mais uma vez que “não haverá renegociações sobre o Pacto Fiscal Europeu”, como defende o favorito a vencer as eleições presidenciais francesas, o socialista François Hollande. “Vinte e cinco chefes de governo o assinaram. Portugal e Grécia já o ratificaram e a Irlanda fará um referendo para isso no final de maio”, explicou.

Merkel disse que medidas para estimular o crescimento são discutidas desde o ano passado. Em reação às afirmações da alemã, o candidato socialista demonstrou satisfação sobre ela estar “se mexendo”, e declarou que ela “vai se mexer ainda mais” após o segundo turno das eleições na França.

Na quinta, o presidente da UE, Herman Van Rompuy, anunciou que um encontro extraordinário entre os chefes de Estado e de Governo do bloco, provavelmente um jantar, poderia acontecer antes de junho. A reunião teria o objetivo de começar a definir os contornos de um plano de crescimento dos europeus para equilibrar a austeridade em vigor em diversos países.

O encontro aconteceria após o segundo turno das eleições na França, nas quais Hollande deve ser eleito o próximo presidente, no lugar de Nicolas Sarkozy. Merkel e Sarkozy orquestraram uma série de medidas em nível europeu para fechar o cerco contra os países que apresentam dívidas e déficits públicos acima dos tetos estabelecidos no bloco.

Hollande deseja renegociar o pacto fiscal para acrescentar medidas em favor do crescimento. Na entrevista ao jornal alemão, Merkel defendeu um reforço do Banco Europeu de Investimentos – como já havia sugerido o socialista francês - e uma utilização mais flexível do Fundo de Infraestrutura da União Europeia para retomar a economia.

Esta declaração marca uma brecha de Berlim às suas posições inflexíveis pela austeridade, face aos diversos pedidos para começar a pensar em medidas que viabilizem o crescimento. Na semana passada, o comissário europeu para os Assuntos Econômicos, Oli Rehn, propôs o reforço em 10 bilhões de euros do capital do banco de investimentos, o que elevaria os recursos desta instituição a 60 bilhões de euros.