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Reportagem

Eleição na França deve ter pouco reflexo nas relações com o Brasil

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Os anos de governo de Nicolas Sarkozy marcaram uma aproximação muito intensa da França com o Brasil, mas o governo Dilma Rousseff não apresenta a mesma intimidade. A eleições na França, entretanto, não devem provocar reflexos importantes nas relações entre os dois países, seja quem for o candidato que vencerá o pleito.

Nicolas Sarkozy encontra Dilma Rousseff em Nova Iorque
Nicolas Sarkozy encontra Dilma Rousseff em Nova Iorque Roberto Stuckert Filho/PR.
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As parcerias militares entre os dois países devem permanecer - ou até aumentar, se o Brasil decidir comprar os caças franceses Rafale para renovar a sua frota da Força Aérea. No plano geopolítico internacional, existe uma distância maior desde que o Brasil se colocou contrário a uma série de investidas da França, como a intervenção militar na Líbia e, mais recentemente, no aumento da pressão sobre a Síria. O chanceler francês, Alain Juppé, assegura que nada mudou, ao responder uma pergunta da RFI nesta quinta-feira, em Paris.

"Nossas relações com o Brasil sao excelentes. Sobre um certo número de crises internacionais, é verdade que tivemos divergências de apreciações, mas isso não é uma questão somente entre França e Brasil", justificou. "Nós temos divergências com diversas potências europeias, com os Estados Unidos e com vários países emergentes, que não têm a mesma visão do que nós sobre a responsabilidade de proteger. Para nós, a responsabilidade de proteger é um grande progresso na governança mundial."

Em clima de eleições presidenciais na França, o Brasil acompanha de perto o desenrolar do embate entre Sarkozy e o socialista François Hollande. Mas conforme especialistas, pouca coisa deve mudar com um ou outro no Paláciodo Eliseu. O professor de Relações Internacionais da Uiversidade Nacional de Brasília Antonio Jorge Ramalho comenta que apenas os aspectos econômicos podem sofrer alterações, sobretudo se o vencedor for o socialista François Hollande.

"No plano geopolítico, nada vai mudar. A dimensão política estratégica obedece a uma relação mais de Estado e de longo prazo", afirma Ramalho. "Onde pode haver alguma diferença mais importante é no campo das relações comerciais. Se der François Hollande, há uma possibilidade de a França se tornar mais protecionista e mais voltada para os seus interesses, o que pode acabar prejudicando o comércio com o Brasil."

 

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