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Reportagem

Defensora de vítimas do amianto elogia condenação da Eternit

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Um processo histórico levou à condenação nesta segunda-feira de dois antigos proprietários da Eternit pela morte de cerca de três mil pessoas, vítimas do amianto na Itália. A sentença foi acompanhada com atenção por Fernanda Giannasi, auditora fiscal do ministério do Trabalho há 30 anos e fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA).

"Amianto Crisotila, perigoso para humanos, mortal para a Convenção de Roterdã", diz o cartaz com imagem de mina de extração da substância.
"Amianto Crisotila, perigoso para humanos, mortal para a Convenção de Roterdã", diz o cartaz com imagem de mina de extração da substância. http://www.abrea.com.br/
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“A legislação brasileira sempre foi muito frouxa”, diz Fernanda. Esse problema, ela explica, faz com que empresas como a Eternit, “consideradas como criminosas na Europa, sejam bem-vindas no Brasil”. Ela conta que a ABREA surgiu em 1985, durante a demolição de uma fábrica da Eternit em Osasco (SP). Fernanda foi chamada pelo sindicato dos metalúrgicos para uma inspeção no local. “Eu embarguei a obra, que estava sendo feita a toque de caixa, para construção do supermercado Wallmart.”

Diante da repercussão, Fernanda conta que foi procurada por dois ex-empregados da Eternit, que reclavam de problemas de saúde. Exames feitos, revelou-se que eles já tinham desenvolvido sérias consequências por causa do amianto.

Em dois anos, a ABREA conseguiu o relato de 1200 ex-empregados da Eternit, dos quais 60% já apresentavam problemas de saúde. Hoje, cinco Estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso. Mas Fernanda alerta para o lobby de vários Estados fornecedores, como Goiás, que pressionam o governo para que o amianto não seja proibido no país.

Ela lembra que já foi ameaçada de morte e cita ainda o caso do médico sanitarista Hermano Castro, da Fundação Oswaldo Cruz, que na semana passada, dia 8 de fevereiro, recebeu uma notificação judicial impetrada pelo Instituto Brasileiro de Crisotila, entidade que congrega a indústria do amianto no Brasil, que questiona afirmações do sanitarista. Em pesquisas e entrevistas, Castro, que acompanha doentes por exposição ao amianto desde 1979, tem denunciado o perigo cancerígena do amianto.

06:01

Fernanda Giannasi, fundadora da ABRAE

 

04:35

Hermano Castro, sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz

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