Unesco espera que suspensão do investimento americano seja revista
Em declaração divulgada nesta quarta-feira, a búlgara Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, comentou a suspensão da contribuição financeira norte-americana, anunciada logo após o reconhecimento da Palestina como Estado membro de pleno direito da instituição. Líderes do mundo todo se pronunciaram sobre as retaliações de Israel.
Publicado em: Modificado em:
Com a colaboração de Felipe Schuery
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, afirmou que os Estados Unidos são um parceiro fundamental da organização, e que a suspensão das contribuições financeiras - exigida pela lei americana – “vai diminuir a eficácia dos projetos da Unesco e minar sua capacidade de construir sociedades livres e abertas”. Irina Bokova citou alguns desses projetos, como o apoio à imprensa livre no Iraque, na Tunísia e no Egito; o trabalho de alfabetização de policiais afegãos; os programas para educar jovens sobre o Holocausto e o sistema de alerta a tsunamis.
A Unesco espera que uma solução a respeito do financiamento seja encontrada em breve. “Até que isso aconteça, será impossível manter o nível de nossa atividade atual. Faço um apelo ao governo, ao Congresso e ao povo americanos para encontrar uma maneira de manter a ajuda à Unesco nestes tempos turbulentos.”
O Departamento de Estado americano reconheceu o valor da parceria e a adequação do trabalho da Unesco aos interesses dos Estados Unidos em educação, ciência, cultura e comunicação. “Trabalharemos junto ao Congresso para preservar os interesses e a influência americana na Unesco.”
Em reação à integração da Palestina à Unesco, Israel anunciou que vai acelerar a colonização ao leste de Jerusalém e na Cisjordânia e congelar a transferência de fundos aos palestinos. Líderes do mundo todo se pronunciaram contra as retaliações israelenses e a interrupção do financiamento americano. Em Cuba, Fidel Castro classificou de cínica e óbvia a decisão de Washington em suspender o financiamento à Unesco. Na França, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bernard Valero, disse que a colonização anunciada por Israel é ilegal e pediu que os estados membros da Unesco continuem a investir na instituição. A Alemanha pediu a interrupção das atividades de colonização, que seriam contrárias aos direitos do povo.
Mesmo a Casa Branca afirmou estar profundamente decepcionada com a decisão de Israel. "O governo Obama se opõe a toda decisão, de qualquer um dos lados, que torne ainda mais difícil o caminho pela paz", disse o porta-voz Jay Carney.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro