Médicos confirmam que a camareira que acusa DSK foi estuprada

Poucos dias antes da decisão do procurador de Nova York sobre as acusações de agressão sexual contra o ex-chefe do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, um relatório dos médicos que examinaram Nafissatou Diallo após o episódio confirma que a camareira do Hotel Sofitel foi vítima de um estupro.

Nafissatou Diallo durante entrevista coletiva no final de julho. REUTERS/Shannon Stapleton

O relatório médico foi realizado pelo hospital St Luke's Roosevelt de Manhattan poucas horas após a suposta agressão. Segundo o documento, que teve trechos publicados na revista francesa L’Express, Nafissatou Diallo apresentava sinais claros de traumatismo vaginal, além de uma lesão no ombro esquerdo. No diagnóstico, os médicos apontam um estupro como a causa dos ferimentos.

O relatório descreve o comportamento da camareira ao chegar ao hospital. De acordo com o documento, a ela compareceu “estressada, confusa”, e não parava de chorar ao contar em detalhes como “um homem de cabelos brancos” rasgou suas roupas e a agrediu. Os médicos atestaram em seguida que os ferimentos da moça correspondiam à sua versão dos fatos.

“Essa era a peça que faltava no quebra-cabeça”, disse Kenneth Thompson, o advogado de Nafissatou Diallo, que pretende usar o documento no processo. A defesa de Dominique Strauss-Kahn alega que o relatório, que se baseia apenas no depoimento da suposta vítima, não deve ser levado em conta. O ex-chefe do FMI deve comparecer novamente no tribunal no dia 23 de agosto, quando a justiça deve se pronunciar sobre o caso.