Gastos com segurança ameaçam festivais de verão na França
O governo francês decidiu cobrar dos organizadores de festivais culturais uma contribuição financeira para cobrir os gastos com o envio de policiais responsáveis pela segurança. Temendo o impacto no orçamento, alguns organizadores de eventos culturais já cogitam cancelar suas edições deste ano.
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Diante da ameaça terrorista na França, as exigências em termos de segurança em grandes manifestações culturais a céu aberto são cada vez maiores. Festivais de música, dança e teatro redobram seus esforços para garantir a tranquilidade do público, contratando agentes privados e solicitando reforço da polícia. No entanto, o ministro francês do Interior, Gérard Collomb, decidiu que a partir de agora os organizadores deverão contribuir financeiramente cada vez que a presença de policiais for necessária.
De acordo com a medida, os festivais vão ter que desembolsar € 20 por hora para cada agente presente. O número de policiais necessários será definido em função do público. Além disso, os organizadores terão que pagar para a instalação de materiais especiais usados na segurança, como blocos de cimento para fechar ruas, barreiras metálicas que cercam os palcos ou câmeras de vigilância.
O governo pretende enviar policiais gratuitamente apenas para eventos que considere representar um alto risco de ataque terrorista. No entanto, os critérios que determinam esse perigo não são claros e praticamente todos os festivais podem receber uma fatura salgada, o que suscita críticas.
Eventos como Les Eurockéennes de Belfort (nordeste), realizado no início de julho, e que viu passar por seu palco artistas como Texas ou Beth Ditto, já teve que desembolsar a contribuição para a presença da polícia. O evento musical viu seus gastos com segurança passar de € 30 mil para € 254 mil este ano.
Temendo o impacto no orçamento, alguns organizadores de festivais menores e independentes decidiram simplesmente cancelar a edição deste ano, como o Champs Libres, na cidade Saint-Molf (oeste). Outros diretores de festivais já se questionam sobre a realização na próxima temporada.
O governo tenta tranquilizar os organizadores. Em um comunicado comum, a ministra da Cultura, Françoise Nyssen, e Gérard Collomb prometeram levar em consideração a fragilidade financeira de alguns festivais.
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