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Imprensa

Terrorismo "low cost" continua a assolar a França

Os principais jornais franceses desta segunda-feira (14) se concentram nos detalhes do atentado do último sábado (12) em Paris. O checheno naturalizado francês Khamzat Azimov, de 20 anos, matou uma pessoa e feriu outras quatro a facadas, antes de ser abatido pela polícia.

A imprensa desta segunda-feira, (14) dá destaque para o atentado de sábado em Paris, que deixou um morto e quatro feridos.
A imprensa desta segunda-feira, (14) dá destaque para o atentado de sábado em Paris, que deixou um morto e quatro feridos. Fotomontagem RFI
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"Grupo Estado Islâmico: por que ainda não terminou?", é a manchete de capa do jornal Libération. O diário destaca a dificuldade de combater o "terrorismo low cost", método ainda explorado pelos jihadistas. "Nada de metralhadoras ou cintos explosivos: apenas uma arma branca e um único agressor. Khamzat Azimov não utilizou nenhum equipamento sofistificado para realizar seu ataque", destaca Libé.

O jornal lembra que, desde o início da onda de atentados jihadistas na França, em 2015, os ataques mais comuns são os realizados com poucos meios, como o próprio Grupo Estado Islâmico recomendou depois da proclamação de seu califado, em 2014. Segundo os extremistas, caso seus "soldados" não possam lutar nas trincheiras jihadistas, eles podem participar da luta matando "infiéis" da maneira que puderem, a facadas, pedradas, envenenados, degolados, atropelados.

Por isso o "terrorismo low cost", diz Libération, ainda é um grande desafio para os serviços de inteligência na Europa. Enquanto projetos de grandes ataques são frequentemente desmantelados pelas autoridades, as agressões isoladas, como a de sábado à noite, ainda não tem uma solução definitiva, por mais rápidas e eficazes que sejam as forças de ordem.

É preciso fechar o cerco aos "ficha S"?

"O atentado de Paris relança o debate sobre os ficha S", é manchete de capa do jornal Le Figaro, que trata dos "ficha S", como são chamados estes suspeitos por radicalização, monitorados pelos serviços antiterrorismo. Esse era o caso de Azimov, que fazia parte dessa lista por seus contatos na Síria, mas não tinha antecedentes criminais.

O diário escreve que, diante de mais um atentado, muitos especialistas e políticos franceses elevam pedindo o endurecimento do regime aplicado aos ficha S. Do outro lado, os especialistas em segurança explicam que fazer parte deste registro não é uma condenação, mas um sinal às autoridades sobre esse tipo de suspeito, que pode ou não colocar seu plano em ação. Le Figaro lembra que como Azimov, há cerca de 20 mil "fichas S" na França: 12 mil têm relação com o islamismo radical.

O mesmo assunto estampa a capa do jornal Aujourd'hui en France, que questiona se é preciso aumentar o controle e o rastreamento dos suspeitos de radicalização na França. Em editorial, o diário pergunta para que serve classificar os suspeitos nesta categoria se as autoridades se dizem incapazes de impedi-los de agir.

"Enquanto escorre o sangue de inocentes, o governo se contenta em dizer que a luta antiterrorismo funciona bem, mas que o risco zero não existe", publica Aujourd'hui en France. Por isso, o jornal acredita que é tempo de abrir a "caixa preta" dos serviços de inteligência e revisar os métodos e meios das forças de ordem enfrentarem as novas formas de terrorismo.

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