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França

Ataque na Síria “não foi um ato de guerra” contra Assad, diz Macron

O presidente francês Emmanuel Macron deu uma longa entrevista na noite deste domingo (15) ao canal de televisão BFM, à rádio RMC e ao site Mediapart. Além de abordar questões da política interna, o chefe de Estado respondeu às críticas dos jornalistas sobre a ofensiva ocidental conjunta lançada pela França, Estados Unidos e Reino Unido.

O presidente francês Emmanuel Macron (centro) durante entrevista em Paris.
O presidente francês Emmanuel Macron (centro) durante entrevista em Paris. Francois Guillot/Pool via Reuters
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Em um cenário instalado no Teatro Chaillot, em Paris, com a Torre Eiffel ao fundo, o presidente francês foi sabatinado pelos jornalistas Jean-Jacques Bourdin (BFMTV et RMC) et Edwy Plenel (Mediapart). A entrevista já estava prevista bem antes dos ataques lançados contra o território sírio, na noite de sexta-feira (15). No entanto, a ofensiva, que visava interromper o suposto uso de armas químicas pelo regime de Damasco, se convidou ao debate e abriu o programa.

“A operação foi perfeitamente conduzida, como poucos países são capazes de fazer”, declarou Macron, que fala de um “sucesso do ponto de vista militar”. Ao ser questionado sobre o uso de armas químicas pelo regime sírio contra população, presidente insistiu que a França possui as provas de que a utilização dessas armas "poderia ser atribuída ao regime sírio". 

Em seguida, ao ser acusado de tentar, com a operação, desempenhar o papel “a polícia do mundo”, substituindo os organismos multilaterais, como as Nações Unidas, o presidente francês rebateu energicamente. Ele frisou que a ofensiva foi realizada “junto com a comunidade internacional” e que a população não deve esquecer que trata-se de uma guerra contra ao grupo Estado Islâmico. “Lembro que eles atacaram nosso país”, martelou Macron, em alusão aos atos terroristas perpetrados na França. “Nós temos a plena legitimidade da comunidade internacional para lançar essa operação”.

Um dos jornalistas perguntou ao presidente francês se era possível manter a paz, mesmo tendo protagonizado um ato de guerra. “Vocês me viram declarar guerra a Assad? Não é um ato de guerra”, rebateu Macron.

Poder não pode ficar nas mãos de Assad

“Mas não podemos deixar o poder na Síria ficar concentrado apenas nas mãos de Assad”, ponderou o chefe de Estado. “Nós preparamos hoje uma solução política para uma transição na Síria”, indicou o presidente francês, lembrando que a ofensiva foi lançada “para que o direito internacional não seja esquecido”.

O presidente francês também explicou seu papel durante as negociações sobre a operação. Segundo ele, a França convenceu o norte-americano Donald Trump “que os ataques deveriam se limitar às armas químicas”. Macron também disse ter incitado o chefe da Casa Branca a “continuar na Síria”, mesmo Washington havia declarado recentemente que pretendia tirar suas tropas do país.

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