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Acidente

Normas de segurança francesas poderiam ter evitado incêndio de prédio em Londres?

O incêndio que deixou pelo menos 17 mortos em um conjunto residencial de Londres na madrugada de quarta-feira (14) chamou a atenção dos europeus sobre as condições de segurança em prédios nas grandes cidades. As autoridades francesas se orgulham de um sistema que impõe uma série de normas para os arranha-céus de mais de 15 andares e afirmam que esse tipo de tragédia dificilmente aconteceria no país.

O bairro de negócios de La Défense, no oeste de Paris, é conhecido por seus arranha-céus.
O bairro de negócios de La Défense, no oeste de Paris, é conhecido por seus arranha-céus. Photographer: Balint Porneczi/Bloomberg via Getty Images
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Em cidades como Paris, boa parte dos prédios não ultrapassam os oito andares. Herança do Barão Haussmann, prefeito que praticamente reconstruiu a capital francesa na segunda metade do século 19, a arquitetura local é avessa aos arranha-céus, como o que pegou fogo em Londres esta semana. Porém, basta sair um pouco do centro rumo às periferias e alguns bairros limítrofes, como a zona empresarial de La Défénse ou até mesmo o 13° distrito parisiense, conhecido como um dos bairros chineses da cidade, para se deparar com prédios que podem ultrapassar 20 andares.

Pensando em garantir a segurança nessas construções, várias normas foram criadas para evitar incêndios ou, pelo menos, impedir sua propagação. As medidas, em vigor desde 1986, devem ser respeitadas por todos os conjuntos habitacionais com mais de 50 metros de altura (cerca de 15 andares) ou os prédios de mais de 28 metros que são abertos ao público, como hotéis ou escritórios.

A primeira regra em termos de construção é que o prédio seja compartimentado, dividido em espaços selados, afim de evitar a propagação do fogo. Além disso, esses arranha-céus devem ser equipados com duas escadas por compartimento e os elevadores têm que ser programados para continuar funcionando nas zonas que não foram afetadas por um incêndio. Uma perícia técnica é realizada a cada ano para verificar se o dispositivo funciona.

Além disso, os arranha-céus franceses são obrigados a dispor de três bombeiros, que se revezam para manter uma presença durante 24 horas no local.

Mas toda essa precaução não significa que o risco de incêndios é inexistente. Vários prédios populares, geralmente muito antigos ou deteriorados, já foram alvo desse tipo de acidente, inclusive em bairros turísticos. Em 2005, o hotel Paris-Opéra, na rua Provence, logo atrás da Galeries Lafayette, pegou fogo durante a noite matando 24 pessoas, entre elas 11 crianças.

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