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Imprensa francesa alerta para clima de "já ganhou" do campo Macron

Os jornais franceses desta terça-feira (25) alertam para o clima de “já ganhou” no campo de Emmanuel Macron. Os diários detalham o duelo inédito no segundo turno da eleição presidencial francesa entre dois candidatos antissistema: o favorito, líder do movimento independente "Em Marcha!", e Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Frente Nacional. 

Capa dos jornais Aujourd'hui en France e Libération desta terça-feira (25) detalham o duelo inédito no segundo turno da presidencial francesa entre dois candidatos antissistema.
Capa dos jornais Aujourd'hui en France e Libération desta terça-feira (25) detalham o duelo inédito no segundo turno da presidencial francesa entre dois candidatos antissistema.
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O mundo político francês está em vias de implosão e Marine Le Pen começa a campanha no ataque. A candidata da extrema-direita, que simbolicamente pediu licença na segunda-feira (24) da presidência do partido Frente Nacional, não perdeu um minuto e já começou a percorrer o país em busca de votos. Ontem, poucas horas após a divulgação dos redultados, ela já estava em uma feira de uma cidade pequena no norte do país à caça de novos eleitores.

Emmanuel Macron demorou a reagir. O grande favorito ao segundo turno, que teve a má ideia de festejar sua vitória no domingo em um restaurante chique da capital, passou a segunda-feira em reuniões privadas, ao invés de entrar imediatamente na batalha para angariar apoios, critica o diário econômico Les Echos. O jornal anuncia "um combate inédito, que começou de maneira curiosa".

O país está dividido entre "patriotas e nacionalistas", nas palavras de Macron, ou entre a "candidata do povo e o candidato dos mercados e da elite", nas palavras de Le Pen. Como unir a nação antes e, principalmente, depois da eleição presidencial quando se encarna minoritariamente a França? Multiplicando as garantias e os gestos de proximidade com o eleitorado, ensina Les Echos, numa mensagem a Macron. Aos 39 anos, ele pode se tornar o presidente mais jovem da história da França.

Emmanuel Macron e Marine Le Pen venceram o primeiro turno realizado no domingo (23), eliminando pela primeira vez os candidatos dos partidos tradicionais   Os Republicanos e Partido Socialista  , que governaram a França nos últimos 60 anos.

Nada está definido

Aujourd'hui en France alerta para o discurso do já ganhou do campo Macron. "Não, tudo não está definido", sentencia a manchete do diário. Apesar das pesquisas que apontam o jovem ex-ministro da Economia como vencedor, ainda faltam duas semanas para o segundo turno e tudo pode acontecer até o dia 7 de maio.

O jornal afirma que Macron deu a impressão de cantar vitória muito cedo e aconselha prudência. O fato de a Frente Nacional ter avançado ao segundo turno "é a resposta do povo às elites políticas, interessadas somente nelas mesmas e em suas carreiras. É preciso desconfiar dessa reação que pode ser ainda pior. As vitórias nunca são escritas por antecipação. Pensar o contrário é cometer o mesmo erro que Hillary Clinton contra Donald Trump, que todo mundo dava como o perdedor da eleição americana", lembra o editorial do Aujourd'hui en France.

Onda de choque Macron

Le Figaro está preocupado com o futuro dos partidos tradicionais. A onda de choque provocada por Macron atingiu em cheio a direita e a esquerda, destaca o jornal conservador, afirmando que os grandes partidos de governo estão desorientados com a derrota. Apesar da votação histórica da extrema-direita, os Republicanos não fizeram um apelo claro pelo voto Macron, enquanto os socialistas se posicionaram rapidamente contra a opção populista. Defendendo o partido conservador, Le Figaro ressalta que a legenda pediu a seus eleitores para impedir a eleição de Marine Le Pen.

A direita tradicional sabe que "uma vitória da líder da extrema-direita e a aplicação de sua política econômica insana conduziria a França a um desastre", garante o Le Figaro. Tudo deve ser feito para impedir isto, mas o partido deve começar já sua campanha para as legislativas de junho. A estratégia deve ser a de eleger o maior número possível de deputados para influenciar a política do futuro presidente francês, afirma o jornal.
 

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