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França

Entusiastas, bolsas já consideram Macron novo presidente da França

 As principais praças financeiras europeias, em primeiro lugar a Bolsa de Paris, reagiram com fortes altas nesta segunda-feira (24), um dia após a passagem do candidato centrista pró-europeu Emmanuel Macron para o segundo turno da eleição presidencial francesa, à frente da líder da extrema-direita Marine Le Pen.

Emmanuel Macron aparece como grande favorito para o segundo turno da eleição presidencial francesa
Emmanuel Macron aparece como grande favorito para o segundo turno da eleição presidencial francesa RFI/Pierre René-Worms
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Os resultados do domingo (23), que afastaram o espectro de um duelo entre a extrema direita e a esquerda radical, levaram otimismo a outras praças financeiras europeias. "É a expressão de um alívio, já que agora percebemos como ínfimo o risco de ver um candidato eurocético ganhar a eleição", resumiu à AFP Isabelle Mateos y Lago, diretora-geral da BlackRock Investment Institute.

A Bolsa de Paris fechou com alta de 4,14%, após atingir as 5.295,20 unidades durante a sessão. Esse foi o seu nível mais alto desde 15 de janeiro de 2008, pouco antes da crise financeira. Em Frankfurt, o índice Dax terminou o dia com um nível recorde de 12.454,98 unidades, em alta de 3,37%. Já a Bolsa de Milão ganhou 4,77%, fechando com 20.684 unidades. O Ibex-35 de Madri fechou com alta de 3,76%, a 10.766,8 unidades, e Londres subiu 2,11%, com FTSE-100, em 7.264,68 unidades.

O setor financeiro impulsionou altas nas ações. Os franceses Société Générale, BNP Paribas, Credit Agricole e Natixis ganharam 7%. O britânico Barclays, o italiano UniCredit ou o alemão Deutsche Bank também registraram fortes altas.

Antes da abertura dos mercados europeus, a Ásia já havia tido alta de 1,37%, enquanto as outras praças da região registravam picos. Em Nova York, Wall Street também aproveitou a tendência. No fechamento da Europa, o Dow Jones subiu 1,01% e o Nasdaq, 1,13%.

A dívida francesa, novamente atraente

No mercado da dívida, a taxa de juros francesa a 10 anos se distendeu, para cair a 0,831%. Assim que começaram as operações, a mesma havia caído a 0,825%, seu nível mais baixo desde meados de janeiro.

Ainda mais significativo, o 'spread' com os títulos alemães, utilizado como referência, ficou menor, abaixo dos 50 pontos base, contra 67 pontos em 21 de abril, sinal de que a dívida francesa volta a ser atraente.

O euro, ameaçado por um duelo entre as extremas no segundo turno da eleição presidencial, chegou a valer US$ 1,0937 no mercado cambial da Ásia, seu nível mais alto desde novembro de 2016, após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Em relação à divisa japonesa, abandonada quando a incerteza se dissipa, a moeda única europeia subiu para 120,91 ienes, e às 18h em Paris (13h de Brasília), era negociada a 119,07 ienes.

As instituições já "consideram que Emmanuel Macron, de 39 anos, será o próximo presidente da República em duas semanas", afirmou em nota Ray Attrill, do National Australia Bank.

Com 24,01% dos votos, Macron empreende esta segunda fase da eleição presidencial como favorito frente a Le Pen, que obteve 21,30% dos votos. O segundo turno será no dia 7 de maio e as pesquisas apontam o ex-ministro da Economia vencedor, com 60% de intenção de voto.

Vitória de Macron não resolve a crise

Apesar de os mercados celebrarem o primeiro turno da eleição com um "importante golpe" às formações "antieuropeias", "seria um erro para os políticos pensar que os problemas da França estão resolvidos", afirmou Michael Hewson, analista da CMC Markets.

"Quando a euforia diminuir, a próxima pergunta deverá se concentrar sobre a capacidade de Emmanuel Macron em cumprir suas promessas de campanha", acrescentou.

Na mira dos mercados estão agora as eleições legislativas de 11 e 18 de junho, que darão uma ideia do apoio com o qual poderá contar o jovem centrista, que se lançou na corrida à presidência sem o apoio de nenhum dos partidos históricos da França. "No longo prazo, a pergunta (...) é que capacidade Emmanuel Macron tem de formar uma maioria parlamentar estável" que o apoie, advertem analistas do Saxo Banque.

(Com informações da AFP)

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