Macron tenta descolar imagem do socialista François Hollande: "romper com sistema"
O candidato centrista Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia do presidente socialista François Hollande, liderou a qualificação para o segundo turno da eleição presidencial francesa, neste domingo (23). Macron prometeu que "encarnará a voz da esperança" no segundo turno, marcado para o dia 7 de maio.
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"O sentimento profundo, orgânico, milenar, que sempre foi o compromisso do nosso povo com seu país, a energia voltada para o interesse coletivo, além das divisões, ganharam esta noite", afirmou o ex-ministro da economia de François Hollande.
"O desafio a partir de hoje não será votar contra ninguém. O desafio agora é decidir romper com o sistema que tem sido incapaz de atender aos problemas de nosso país há mais de trinta anos "acrescentou Macron, dizendo que queria “construir um governo de maioria e de transformação, com novos rostos e novos talentos”.
"Em nome de vocês, encarnarei (...) a voz da esperança para nosso pais e para a Europa", declarou Emmanuel Macron, do movimento Em Marcha!, que afirmou querer ser "o presidente dos patriotas frente à ameaça dos nacionalistas".
Esta é a primeira vez, em quase 60 anos, durante a 5ª República francesa, que não haverá representantes dos dois grandes partidos que dominam a política francesa em mais de meio século: os socialistas do presidente François Hollande e os conservadores do partido Os Republicanos.
“Romper com o sistema”
Emmanuel Macron lembrou ainda, durante seu discurso da vitória, no parque de exposições de Porte de Versailles, na região oeste parisiense, que em um ano, o movimento Em Marcha! “mudou a cara da vida política francesa.
O centrista também aproveitou a ocasião para agradecer o candidato socialista Benoît Hamon e o candidato da direita tradicional, François Fillon, por terem convocado seus militantes a votarem por ele no segundo turno, contra Marine Le Pen. Ele também agradeceu aos “milhões de franceses e francesas” pelo apoio no primeiro turno, entre gritos de seus militantes de “Macron presidente” e “Brigitte, Brigitte”, uma referência à esposa do candidato, que fez uma breve aparição no palco.
“Todos e cada um poderão encontrar um lugar. Eu não perguntarei a quem se juntar a mim de onde eles vêm, mas se estão de acordo para renovar nossa vida política, para assegurar a segurança dos franceses, para libertar o trabalho, para refundar a escola, para permitir a todos de progredirem na sociedade, de onde quer que eles venham, e para relançar a construção europeia”, declarou o Macron.
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