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França/Eleições

Perdedores do 1° turno e lideranças apelam para votar em Macron

Poucos minutos depois do anúncio das vitórias de Emmanuel Macron e de Marine Le Pen no primeiro turno da eleição presidencial francesa, uma mobilização de candidatos derrotados no pleito e de lideranças políticas do país começou a se formar para apoiar o candidato centrista. O objetivo é convencer os eleitores a votar contra a representante da extrema-direita no confronto do segundo turno previsto para o dia 7 de maio.  

Discurso do candidato centrista Emmanuel Macron depois dos resultados do 1° turno da presidencial francesa.
Discurso do candidato centrista Emmanuel Macron depois dos resultados do 1° turno da presidencial francesa. Pierre RENE-WORMS
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Benoît Hamon, candidato que chegou em quinto lugar com apenas 6,2% dos votos, foi o primeiro a admitir sua derrota e anunciar seu apoio a Macron. Consciente do fracasso "histórico e legítimo" que as urnas impuseram ao Partido Socialista, Hamon fez um apelo para os eleitores socialistas votarem em Macron para "derrotar da maneira mais forte e firme possível Marine Le Pen". O candidato socialista diz fazer uma "distinção clara, total entre um adversário político e um adversário da República".

A porta-voz de campanha de Hamon, Aurélie Filippetti, confirmou a indicação de voto, mas com um alerta: "Mesmo que ele não represente a esquerda e nunca teve a pretensão de representá-la, é evidentemente indispensável  apoiar a candidatura de Emmanuel Macron contra a ameaça representada por Marine Le Pen", afirmou.

No entanto, o apoio para frear a ambição da Frente Nacional não significa um "cheque em branco para tudo que ela vai fazer de sua política de inspiração liberal", segundo Filipetti. "Preferimos este liberalismo à ameaça que é encarnada por Marine Le Pen", concluiu.

O secretário-geral do Partido Socialista, Jean-Christophe Cambadélis, disse que é preciso unir o partido para barrar a Frente Nacional porque "o segundo turno não está ganho", afirmou.

François Fillon, candidato do partido de direita Os Republicanos, que não conseguiu se classificar para o primeiro turno e foi o  terceiro na corrida, com 19,7% dos votos, admitiu uma derrota "pessoal" e pediu que seus eleitores não fiquem desmobilizados. Ele explicou ainda sua posição em favor de Macron: "A abstenção não está no meu gene. Não há outra alternativa senão votar contra a extrema-direita. Votarei por Emmanuel Macron,", anunciou.

O ex-primeiro-ministro Alain Juppé, derrotado nas primárias da direita por Fillon, também expressou seu voto no candidato centrista. "Sem hesitar, eu decido hoje (domingo) dar meu apoio para Emmanuel Macron no seu combate contra a extrema-direita, uma extrema-direita que conduziria a França ao desastre", afirmou.

De Bordeaux, seu reduto eleitoral, Juppé afirmou que caberá a Macron "conseguir a união mais ampla de franceses e francesas".

Apoio do primeiro-ministro

O primeiro-ministro Bernard Cazeneuve também pediu neste domingo para votar contra Le Pen. "A presença de uma candidata de extrema-direita no segundo turno da eleição presidencial, 15 anos após o choque de 2002, pede uma postura clara e forte de todos os republicanos", disse. "Esta é a razão pela qual eu apelo solenemente a votar para Emmanuel Macron no segundo turno para derrotar a Frente Nacional e seu projeto funesto de regressão da França e de divisão dos franceses", completou.

O candidato Jean-Luc Mélenchon, do movimento A França Insubmissa, que chegou em quarto lugar com 19,2% dos votos, se recusou a dar qualquer recomendação de voto para seus partidários, denunciando que os dois finalistas da eleição "querem prolongar o sistema atual". "Cada um de vocês tem consciência de qual é o seu dever", se limitou a dizer.

O candidato do Novo Partido Anticapitalista, Philippe Poutou, também se absteve de convocar seus eleitores a votar Macron no segundo turno. Segundo ele, o líder do movimento En Marcha não é a melhor opção contra a Frente Nacional, mas disse compreender a vontade de "rejeitar o perigo mortal para todo o progresso social e para o conjunto dos direitos, particularmente para as populações de imigrantes e de origem imigrante, que representaria a chegada de Marine Le Pen ao poder".
 

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