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França/Política

Ex-premiê francês leva tapa na cara e levanta debate sobre segurança de políticos

O ex-primeiro-ministro francês, Manuel Valls, foi agredido nesta terça-feira (17) por um militante durante a campanha das primárias socialistas para as eleições presidenciais. O episódio levantou o debate sobre a segurança dos candidatos na França, em um momento em que o país ainda enfrenta ameaça terrorista.

Essa não é a primeira vez que Valls é atacado fisicamente por opositores
Essa não é a primeira vez que Valls é atacado fisicamente por opositores REUTERS/Robert Pratta
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O ataque aconteceu quando Valls saudava um grupo de pessoas na saída da prefeitura da cidade de Lamballe, na região da Bretanha, no oeste da França. Durante uma sessão de apertos de mão, um homem o cumprimentou e, em seguida, tentou dar um tapa no rosto do ex-premiê.

O jovem de 18 anos foi imediatamente imobilizado pelos seguranças, que o derrubaram de forma violenta, em uma cena que viralizou nas redes sociais. "Sempre haverá indivíduos que querem impedir que a democracia se pronuncie”, afirmou o ex-premiê à imprensa pouco depois ao incidente. Posteriormente, Valls indicou que iria processar seu agressor, já que "não se deve deixar passar um ato violento".

O tapa, que não provocou ferimentos, tem normalmente como punição uma multa de € 135. No entanto, como a vítima foi um candidato à presidência, o jovem será julgado com circunstâncias agravantes, que podem resultar em uma multa de € 45 mil e uma pena de até três anos de prisão.

Este é o segundo ataque deste tipo envolvendo o ex-primeiro-ministro, que deixou o cargo para participar das primárias do Partido Socialista para as eleições presidenciais. Em 22 de dezembro, Valls, que é espanhol, naturalizado francês, foi agredido com farinha por um opositor durante um comício em Estrasburgo (leste).

Apertos de mão nas feiras

Como no Brasil, os candidatos às eleições na França costumam ir às ruas durante as campanhas para se encontrar com os eleitores potenciais. O ritual de passar as manhãs cumprimentando moradores nas feiras das pequenas cidades faz parte da tradição no país.

Mas a agressão contra Valls suscitou o debate sobre os riscos que essa proximidade com os eleitores pode representar para os candidatos. Pois se os presidenciáveis contam com uma proteção especial, como pelo menos dois guarda-costas permanentes, destacados pelo ministério do Interior, esse serviço nem sempre é ativado durante as primárias, já que os nomes dos candidatos ainda não foram definidos.

Ex-premiês mantêm segurança mesmo após deixar o cargo

Porém, na França os ex-chefes de governo mantêm à sua disposição cerca de dez policiais para cuidar da segurança. Esse é o caso de Valls, que beneficia dessa proteção mesmo durante as primárias, mas também de François Fillon, candidato da direita.

Mas no caso dos demais candidatos, não há uma regra fixa. O ex-ministro da Economia, Emmanuel Macron, contratou uma empresa de proteção privada. Já Marine Le Pen, presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional, não divulga informações sobre sua segurança. Além de um guarda-costas pessoal, sabe-se que sua casa ganhou uma vigilância suplementar desde os atentados de Paris.

Para essas eleições, diante da ameaça terrorista, as autoridades já informaram que o serviço de segurança dos presidenciáveis será reforçado. Cerca de 100 agentes suplementares foram contratados. No entanto, muitos se questionam sobre a vulnerabilidade dos candidatos. Em países como os Estados Unidos, é cada vez mais raro os presidenciáveis terem contato direto com a população durante as campanhas.

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