Primárias da esquerda: sete pré-candidatos à sucessão de François Hollande
As primárias que vão designar o candidato de partidos de esquerda à eleição presidencial da França em 2017 terão sete candidatos: quatro representantes do Partido Socialista (PS) e três de outros partidos. O anúncio oficial das candidaturas foi feito neste sábado (17) pela Alta Autoridade das Primárias Cidadãs.
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Os candidatos socialistas que disputam a sucessão de Hollande são o ex-primeiro-ministro Manuel Valls e os ex-ministros Arnaud Montebourg, Vincent Peillon e Benoît Hamon. Jean-Luc Bennhamias, da Frente Democrática, François de Rugy, do Partido Ecologista, e Sylvia Pinel, do Partido Radical de Esquerda -única mulher no páreo- também foram confirmados na disputa que vai acontecer entre os dias 22 e 29 de janeiro. As candidaturas dos socialistas Gérard Filoche e Fabien Verdier foram descartadas.
Verdié, secretário nacional do PS, que não vai participar da votação por não ter apresentado um número suficiente de apoio, denunciou "irregularidades" e "pressões". Filoche, ex-inspetor trabalhista, também confirmou que irá apresentar um recurso contra a decisão e acusou o secretário-geral do PS, Jean-Christophe Cambadélis, de ter tomado a decisão e não o órgão encarregado da organização do pleito.
O presidente do Comitê de Organização das primárias reagiu indignado considerando que os dois pré-candidatos não estariam respeitando as regras em jogo.
Os participantes das primárias francesas terão cerca de um mês para fazer campanha e devem participar de três debates na televisão (12,15 e 19 de janeiro). Assim como nas primárias da direita e do centro, vencidas pelo ex-primeiro-ministro François Fillon, serão sete cédulas disponíveis em cerca de 8 mil sessões eleitorais espalhadas na França para o primeiro turno.
Campanha dura e disputada
Apesar de o anúncio oficial ter sido feito neste sábado, a campanha das primárias francesas da esquerda já está nas ruas há várias semanas. Os dois últimos a se lançarem na corrida foram o ex-premiê Manuel Valls e o ex-ministro da Educação, Vincent Peillon, considerado um azarão na disputa.
Eles aguardaram o anúncio de François Hollande, que no começo de dezembro confirmou que não iria disputar a reeleição, fato inédito na V República francesa, para se lançarem na corrida ao Palácio do Eliseu.
Neste sábado, Valls, que deixou o governo para disputar as primárias, dava sequência à sua mobilização distribuindo material de propaganda em Paris. Um de seus grandes adversários, o ex-ministro da Recuperação Produtiva, Arnaud de Montebourg, programou encontros com militantes em cidades do oeste do país.
Benoît Hamon, ex-ministro da Educação, Ensino Superior e Pesquisa também vai tentar surpreender e chegar ao segundo turno das primárias. Os candidatos de outros partidos de esquerda vão ter mais dificuldades de enfrentar os pesos pesados do PS.
Para o Partido Socialista, as eleições primárias representam pelo menos dois grandes desafios. Um deles é repetir o sucesso da votação da direita, que levou às urnas mais de 4,4 milhões de votantes. O secretário-geral do PS trabalha com a perspectiva de mobilizar ao menos entre 1,5 milhão e 2 milhões de eleitores. Eles deverão contribuir com um euro para depositar o voto na urna.
O outro objetivo é conseguir mostrar união após uma disputa que se anuncia acirrada e sem trégua entre adversários políticos no interior do maior partido da esquerda francesa. Atualmente as pesquisas de opinião sobre a eleição presidencial mostram o candidato do partido, seja ele qual for, derrotado por outros nomes da esquerda na disputa, entre eles, o do ex-ministro Emannuel Macron, que lançou candidatura própria, e Jean-Luc Mélénchon, do movimento França Insubmissa.
Os candidatos François Fillon, de Os Republicanos, e Marine Le Pen, da Frente Nacional, da extrema-direita, aparecem atualmente como os mais bem cotados nas sondagens para irem ao segundo turno da eleição presidencial francesa.
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