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França

Hollande anuncia que não vai concorrer à presidência da França em 2017

O presidente francês François Hollande anunciou na noite desta quinta-feira (1°) que não pretende tentar se reeleger em abril de 2017. A decisão sobre a possível candidatura do chefe de Estado, que sofre com índices de impopularidade inéditos, era esperada há semanas pela maioria socialista no poder.

François Hollande durante pronunciamento nesta quinta-feira, 1° de dezembro
François Hollande durante pronunciamento nesta quinta-feira, 1° de dezembro Television via REUTERS
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Em um pronunciamento na televisão, François Hollande explicou que desde 2012, quando foi eleito, vem tentando “reerguer a França e torná-la mais justa”. No entanto, o chefe de Estado disse ser “consciente dos riscos” que sua candidatura poderia representar.

Além ser considerado o presidente mais impopular dos últimos 50 anos, Hollande, que aparece nas pesquisas de opinião para o pleito de abril com menos de 10% de intenções de voto, enfrenta oposição em seu próprio partido. A tal ponto que vários nomes de possíveis candidatos surgiram do lado socialista, enfraquecendo a esquerda.

Mas o principal risco ao qual Hollande faz referência vem do aumento da popularidade da direita e da extrema-direita na França. De um lado com François Fillon, escolhido na semana passada com vitória esmagadora para representar o partido Os Republicanos, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e do outro Marine Le Pen, que dirige a legenda ultraconservadora e anti-imigração Frente Nacional. Segundo as pesquisas, Hollande aparece em quinta posição, atrás de Fillon, Le Pen, mas também do ex-ministro da Economia, Emmanuel Macron, e de Jean-Luc Mélenchon, extrema-esquerda.

A lista de pré-candidatos para as primárias da esquerda será definida apenas em 15 de dezembro. Além dos nomes já citados, há suspense sobre a possível participação do atual primeiro-ministro, Manuel Valls, que já havia dito em um entrevista que não descartava a hipótese de concorrer.

Essa é a primeira vez desde 1958, quando foi instaurada a 5ª República no país, que um presidente francês não tenta se reeleger na França. A única exceção foi Georges Pompidou, morto durante seu mandato, em 1974.

Mandato pleno de obstáculos

Durante o breve discurso, Hollande ressaltou as conquistas de sua administração, lembrando que conseguiu reduzir o desemprego, uma de suas prioridades, “mesmo se os resultados chegam mais tarde que o esperado”, como sublinhou o chefe de Estado. O presidente também lembrou a assinatura do acordo mundial do clima durante a COP21 em Paris em 2015 e os desafios da luta contra o terrorismo, quando enfrentou os priores atentados cometidos no país desde a Segunda Guerra Mundial – a chacina no jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro de 2015, os múltiplos ataques em Paris em 13 de novembro de 2015 e em Nice, em julho deste ano.

Ainda em seu balanço, Hollande disse que a única coisa da qual se arrepende durante sua administração foi o fato de ter cogitado retirar a nacionalidade francesa de condenados por terrorismo. 

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