Governo francês volta atrás e autoriza manifestação contra a reforma trabalhista
O governo francês mudou de ideia e autorizou a manifestação contra a reforma trabalhista prevista para esta quinta-feira (22) em Paris. O trajeto da passeata, entretanto, será restrito a um perímetro de 1,6 quilômetro em volta da praça da Bastilha.
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O anúncio foi feito pelas principais centrais sindicais francesas, durante uma coletiva de imprensa. A decisão foi tomada nesta manhã depois de uma reunião de 45 minutos entre o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, e os secretários-gerais da CGT, Philippe Martinez, e da FO, Jean Claude Mailly, duas das principais centrais sindicais francesas.
Para os dois responsáveis sindicais, a decisão é uma “vitória da democracia”. Os dois representantes também pediram ao presidente francês, François Hollande, que recebesse rapidamente os sindicatos para discutir o conflito social em torno do projeto de lei. Depois de dois dias de negociações com os sindicatos, a secretaria de segurança pública de Paris havia decidido, inicialmente, proibir o desfile de amanhã.
Essa proibição de manifestar, que provocou uma grande polêmica, teria sido a primeira desde 1962, quando o governo decidiu não autorizar a passeata pela paz na Argélia. Mas, apesar da pressão, o presidente francês não cedeu e preveniu o Conselho de Ministros que, se as condições não estivessem reunidas, a autorização não seria dada, segundo o porta-voz do governo Stéphane Le Foll.
Premiê francês enterrado em seu autoritarismo
Na quarta-feira de manhã, um dos representantes sindicais criticou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, dizendo que ele estava “enterrado em seu autoritarismo”, e que o próximo passo seria prender os sindicalistas. O Palácio do Eliseu divulgou um comunicado estimando que a interdição era uma “decisão de gestão operacional de ordem pública”. As últimas manifestações foram marcadas por vários tumultos entre a polícia e os baderneiros que se infiltram na passeata. Em uma delas, as vidraças do hospital Necker, que atende crianças doentes, chegaram a ser quebradas.
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