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Manifestação recorde reúne 240 mil em Varsóvia

Organizado sob o lema "Somos e permaneceremos na Europa" e convocado pelo Comitê de Defesa da Democracia KOD, um protesto reuniu mais de 240 mil poloneses nas ruas da capital Varsóvia, neste sábado.

Mais de 240 mil poloneses protestaram neste sábado, 7 de maio de 2016, contra o governo, nas ruas da capital Varsóvia.
Mais de 240 mil poloneses protestaram neste sábado, 7 de maio de 2016, contra o governo, nas ruas da capital Varsóvia. REUTERS/Kacper Pempel
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A manifestação, que já é considerada um dos maiores protestos organizados na Polônia desde a queda do comunismo, em 1989, visava "preservar o lugar da Polônia na Europa", ameaçado, segundo os manifestantes, pela política dos conservadores no poder. O ato acontece após um procedimento sem precedentes da Comissão Europeia contra Varsóvia, com o objetivo de verificar o estado de direito na Polônia. Paralelamente, a Comissão de Veneza, órgão consultivo do Conselho da Europa, exigiu das autoridades polonesas respeito às decisões do Tribunal Constitucional.

O governo da primeira-ministra Beata Szydlo, do partido do Direito e da Justiça (PiS), tem recebido muitas críticas das instituições europeias em relação às suas reformas controversas, incluindo aquelas relacionadas ao Tribunal Constitucional e aos meios de comunicação. O governo, no entanto, defende sua ligação com a União Europeia, fonte de subsídios desde a adesão da Polônia em 2004.

Reunidos em frente à sede do governo na capital, a maioria dos partidos da oposição, incluindo a Plataforma Cívica (PO, liberal), Nowoczesna (liberal), Partido Camponês (PSL), o Partido Social Democrata (SLD) e os ambientalistas participaram da manifestação deste sábado. Engrossando o coro dos protestos, os manifestantes acenavam bandeiras nacionais e europeias, além de faixas com slogans pró-europeus.

A memória de Kiev e o medo da violência

A manifestante Danuta Grzymkowska afirmou, em depoimento à agência AFP, que "muitas pessoas acreditam que este movimento vai acabar em um Maidan polonês. Espero que não cheguemos a esse ponto", concluiu, em referência à praça de Kiev onde ocorreram grandes manifestações contra o governo ucraniano e que resultaram na queda do regime. "As pessoas que deveriam representar os poloneses representam apenas os interesses de um único partido", acrescentou Rafal Zagorowski.

"Não é um grande problema", minimizou em declarações na internet Jaroslaw Kaczynski, considerado pela classe política o principal autor da política adotada pelo governo. "Os protestos são o resultado do descontentamento dos resultados das eleições" presidenciais e legislativas, vencidas por seu partido, argumentou. A questão dos imigrantes, outro ponto sensível europeu, também foi alvo de Kaczynski, que reiterou a recusa em receber refugiados na Polónia. "Após os recentes acontecimentos vinculados a atos terroristas, nós não receberemos refugiados porque não há nenhum mecanismo que possa garantir a nossa segurança", finalizou.

(Com informações da AFP)

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