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Eleição presidencial / França

Intelectuais lançam manifesto contra candidatura "automática" de Hollande em 2017

A um ano e quatro meses das eleições presidenciais na França, programadas para maio de 2017, os jornais franceses já ampliam a cobertura e analisam o que estará em jogo na próxima corrida presidencial.

Capa do jornal francês Libération desta segunda-feira, 11 de janeiro de 2016.
Capa do jornal francês Libération desta segunda-feira, 11 de janeiro de 2016. liberation.fr/RFI
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À esquerda, François Hollande seria candidato natural à reeleição pelo Partido Socialista (PS), mas este não é o desejo de 50 intelectuais que assinam um manifesto defendendo a realização de primárias com candidatos socialistas e ecologistas, em 2017. A petição é publicada nesta segunda-feira (10) pelo jornal Libération.

O texto é assinado pelo badalado economista Thomas Piketty, pelo ex-deputado europeu Daniel Cohn-Bendit e pela atriz Ariane Ascaride, entre outras figuras influentes. Todos consideram que Hollande não tem legitimidade para se candidatar à reeleição sem passar pelo crivo das primárias.

A gota d'água nesse processo de distanciamento do atual presidente foi a proposta de destituição da nacionalidade francesa para os criminosos condenados por terrorismo que tenham dupla cidadania. Para muitos militantes de esquerda, Hollande foi longe demais com uma proposta que mais divide do que une a nação, mesmo se pesquisas apontam que mais de 80% dos franceses são favoráveis à ideia. 

O grupo de intelectuais cobra "mais conteúdo no debate político" e "ideias novas" para diminuir a fratura social. O projeto de destituição da nacionalidade é um exemplo típico de medida populista "encampada" pelo governo socialista para esvaziar a candidatura de Marine Le Pen. 

Os signatários do manifesto argumentam que a ascensão da extrema-direita, a ameaça terrorista e "o estado de emergência permanente" não podem servir de pretexto para recusar um debate decmocrático em torno dos desafios enfrentados pela sociedade francesa.

Dominique Bussereau, deputado do partido de oposição "Os Republicanos" (ex-UMP), afirma que a organização de primárias no PS seria "uma humilhação" para Hollande. Os intelectuais alegam que querem "escolher um candidato que não seja imposto de cima, sem debate, sem preparação coletiva".

Sarkozy perde terreno na corrida presidencial

O jornal Le Figaro dedica sua manchete à primária entre os candidatos de direita. Nova pesquisa mostra que o prefeito de Bordeaux e ex-premiê Alain Juppé aparece como favorito, com 38% de intenções de voto, abrindo 9 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o ex-presidente Nicolas Sarkozy (29%), segundo sondagem do instituto Ifop.

Em seu editorial, Le Figaro afirma que os caciques da direita, Sarkozy inclusive, estão alinhados em relação a um programa de governo comum, em que "todos os muros de Berlim" da sociedade francesa seriam derrubados, a partir de 2017, com reformas profundas nas políticas de educação, imigração e direito do trabalho, supostamente responsáveis pelo "bloqueio" do país.

O jornal especializado em economia Les Echos dedica sua manchete ao desafio lançado pelo presidente François Hollande e seu primeiro-ministro, Manuel Valls, de dar treinamento para reinserir 500 mil desempregados no mercado de trabalho. O primeiro-ministro reúne nesta segunda-feira empresários e lideranças sindicais para discutir o conteúdo das medidas.

Les Echos afirma que os empresários esperam uma redução de encargos sociais, de impostos cobrados das empresas e até do seguro desemprego para fazer novas contratações. Já os sindicatos de trabalhadores não chegaram a um entendimento sobre medidas consensuais para dinamizar o mercado de trabalho.

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