Sarkozy questiona decisão da Justiça após indiciamento no caso l'Oréal

A direita francesa denuncia a decisão da justiça no dia seguinte do indiciamento do ex-presidente Nicolas Sarkozy por um juiz de Bordeaux. Ele é acusado de ter abusado da "fragilidade” e vulnerabilidade da herdeira do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt, a mulher mais rica da França, idosa e considerada frágil psicologicamente.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy fala ao telefone após depoimento em Bordeaux. REUTERS/Regis Duvignau

O indiciamento de Sarkozy faz parte de uma investigação sobre financiamento ilegal da campanha que o levou à Presidência em 2007. O ex-presidente, que sempre negou ter recebido dinheiro de Bettencourt, considera que foi vítima de um tratamento escandaloso, disse essa manhã seu advogado Thierry Herzog que também questionou a imparcialidade do juiz de Bordeaux. Ele disse que irá apelar o mais rápido possível contra essa decisão incoerente e injusta.

O chefe do partido de direita UMP, Jean-François Copé, pediu discrição nas condenações precipitadas contra o ex-presidente e nas afirmações de que ele não pode mais voltar à política. Nas pesquisas, Sarkozy aparece como o candidato mais forte da direita às presidenciais de 2017.

O ex-presidente francês foi indiciado na noite de ontem, 21 de março de 2013, pelo juiz de Bordeaux, Jean-Michel Gentil, após uma acareação de várias horas entre ele e funcionários da mansão de Bettencourt. Os funcionários afirmam que Sarkozy visitou várias vezes a dona da L’Oréal, na época com 84 anos, com o objetivo de arrecadar fundos ilegais para financiar sua campanha presidencial em 2007. O ex-presidente afirma que visitou Bettencourt apenas uma vez.

Se for condenado, Sarkozy pode pegar até três anos de prisão e pagar multa de 375 mil euros.