França amplia sistema de celulares para mulheres vítimas de violência

A França implementou em 2009 um projeto de telefones celulares de urgência distribuídos para mulheres vítimas de violência conjugal em duas regiões do país. Diante do sucesso da iniciativa, o governo quer ampliar o serviço. A capital francesa será a nova zona de teste.

Najat Vallaud-Belkacem, ministra francesa dos Direitos da Mulher. RFI

O dispositivo de telefones celulares de urgência para mulheres vítimas de violência conjugal existe na França desde 2009. Inicialmente, apenas as regiões de Seine-Saint-Denis e do Bas-Rhin tinham acesso ao serviço, mas o governo decidiu estender sua utilização no restante do país, começando por Paris. De acordo com a ministra francesa dos Direitos da Mulheres, Najat Vallaud-Belkacem, a ideia é criar “um serviço público integrado de luta contra a violência feita às mulheres”.

Popular há anos na Espanha, o dispositivo tem um funcionamento simples. Diante da comprovação do risco de agressão conjugal, a Justiça atribui um telefone celular no qual vários número de urgência são registrados, entre eles o de uma plataforma aberta dia e noite, e capaz de enviar a polícia imediatamente na residência da vítima. O aparelho, que pode ficar à disposição das mulheres durante, no máximo, um ano, também é conectado com associações que permitem às vítimas discutir sobre a questão da violência doméstica.

Desde que foi lançado na França, 78 pessoas já puderam beneficiar do telefone de urgência, que foi acionado pelo menos um vez por mais de 30% das portadoras. Uma mulher perseguida por seu marido armado em Estrasburgo chegou a ser salva graças ao dispositivo, que possibilitou a intervenção rápida da polícia.

O número de vítimas de violência conjugal é dificilmente estabelecido, pois apenas 10% das mulheres fazem ocorrência após serem agredidas. Mesmo assim, apenas no ano passado quase 2 mil processos foram registrados pela polícia francesa.