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Caso Strauss-Kahn

Volta de Strauss-Kahn à França provoca especulações

Dominique Strauss-Kahn deverá recuperar ainda hoje seu passaporte, mas já começaram as especulações sobre seu retorno ao território francês e sua possível participação na vida política do país. Ele deu indicações de que pretende viajar a Washington para explicar sua demissão aos colegas do Fundo Monetário Internacional antes de retornar à França, onde prometeu se expressar com mais tempo sobre o caso.

Dominique Strauss-Kahn nas ruas de Nova York, pouco depois de ter ser processo arquivado pela justiça norte-americana.
Dominique Strauss-Kahn nas ruas de Nova York, pouco depois de ter ser processo arquivado pela justiça norte-americana. REUTERS/Allison Joyce
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Colaboração de Victória Álvares , especial para a RFI

“É o fim de um pesadelo. Estou impaciente para voltar para casa.” Foi assim que Dominique Strauss-Kahn definiu o que estava sentindo, na sua primeira declaração pública, após três meses de silêncio. Mas se engana quem pensa que o ex-patrão do FMI vai poder enfim descansar. Além do processo civil de Nafissatou Diallo, que pede uma indenização por danos morais na justiça norte-americana, Dominique Strauss-Kahn também é acusado na França de tentativa de estupro pela escritora e jornalista Tristante Banon. Assim que o ex-diretor-gerente do FMI chegar em Paris, ele deverá prestar depoimento sobre o caso. O ex-ministro socialista nega a acusação feita por Banon e, em resposta, decidiu entrar na justiça contra a jornalista por calúnia.

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Declaraçao de Dominique Strauss-Kahn na saída do tribunal de Nova York

A mídia francesa já especula sobre o retorno à vida política de Strauss-Kahn, mas segundo o seu grande aliado político Jean-Christophe Cambadélis, só o próprio Strauss-Kahn teria essa resposta. “Mas como amigo eu só tenho um conselho a dar para o Dominique: a hora agora é de introspecção para uma reconstrução”.

Mas dificilmente o ex-chefe do FMI vai poder seguir o conselho de Cambadélis quando estiver na França. Em meio à crise da dívida pública, todos querem saber as suas análises e sugestões para a saúde da economia francesa. O primeiro-secretário do Partido Socialista para as eleições, Christophe Borgel, explica: “Ninguém duvida que com a sua experiência e as suas competências, Dominique Strauss-Kahn pode ter coisas importantes a dizer sobre este assunto”.

Presidenciais

Antes dos escândalos, Strauss-Kahn era o grande favorito para as eleições presidenciais francesas de 2012, com mais de 50% de popularidade segundo sondagens. Mas atualmente ele tem um índice de aprovação de apenas 26%. Mesmo se ele foi liberado pela justiça americana, para boa parte dos franceses, a sua imagem hoje está ligada a uma vida extremamente cara, com imóveis luxuosos e uma certa promiscuidade sexual. Para os eleitores de esquerda, este não é o mesmo Strauss-Kahn de 100 dias atrás, antes de sua prisão.

Essa mudança de imagem deixa o Partido Socialista em uma situação delicada, sem saber exatamente como acolhê-lo de volta à França. Mesmo se os líderes do PS afirmam que a justiça foi feita e se dizem felizes com o fim do processo penal nos Estados Unidos, o receio é grande, pois não se sabe até que ponto a proximidade com o político será bem vista pelo eleitorado.

 

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