Socialista denuncia manipulação no escândalo envolvendo Strauss-Kahn

As últimas revelações do escândalo sexual envolvendo o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e a escritora e jornalista francesa Tristane Banon ganham destaque nos jornais de hoje.  

Manchete do jornal Libération desta quarta-feira (20/07/2011). Reprodução do jornal Libération

François Hollande, pré-candidato às eleições internas do Partido Socialista, com vistas às presidenciais de 2012, denuncia uma manipulação da direita, nas páginas do Libération. Hollande critica parlamentares ligados ao partido do presidente Nicolas Sarkozy de envolverem seu nome no caso, simplesmente pelo fato de ele poder ser chamado a testemunhar, em data ainda não definida pela polícia.

Em sua primeira página, o diário conservador Le Figaro comenta a estranha relação entre Tristane Banon, que acusa Strauss-Kahn de tentativa de estupro em 2003, e sua mãe, a eleita socialista Anne Mansouret, que revelou à polícia ter mantido uma relação sexual com Strauss-Kahn em condições inusitadas, num escritório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.

Segundo Le Figaro, esta revelação complica ainda mais as relações entre mãe e filha, marcadas por pequenos e grandes segredos, de acordo com o jornal. Le Figaro descreve a surpresa de Tristane Banon ao tomar conhecimento do fato, pelos jornais, na última segunda-feira, e sua incredulidade que a própria mãe tenha sido capaz de esconder isso dela durante oito anos. Mesmo assim, a escritora se nega a atribuir à mãe a culpa por uma história de vida caótica.

Tristane Banon contou em um livro que teve uma infância difícil, marcada pela presença de uma babá violenta e pela ausência flagrante de sua mãe, sempre ocupada com a política. A jornalista e escritora, de 32 anos, não sabe quem é seu pai e foi criada como uma filha ilegítima, no meio de uma família composta por meio-irmãos.

Em entrevista ao Libération, Anne Mansouret critica o comportamento da polícia, que vazou para a imprensa seu depoimento recolhido na sexta-feira passada. A eleita socialista também elogia François Hollande por sua postura "humana" na época da suposta tentativa de estupro de Strauss-Kahn.