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França/DSK

Justiça abre inquérito contra Strauss-Kahn por tentativa de estupro de jornalista

O Ministério Público de Paris abriu um inquérito preliminar para investigar a denúncia da jornalista e escritora francesa Tristane Banon, de 32 anos, que afirma ter sido vítima de uma tentativa de estupro de Dominique Strauss-Kahn em 2003. 

Tristane Banon e seu advogado David Koubbi, em Paris.
Tristane Banon e seu advogado David Koubbi, em Paris. Reuters
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O Ministério Público (MP) confiou à polícia investigar as denúncias apresentadas por Tristane Banon. Se os policiais encontrarem indícios convincentes, o MP poderá designar um juiz para instruir o processo e este último é que terá o poder para indiciar Strauss-Kahn por crime sexual.

A jornalista afirma que Strauss-Kahn tentou estuprá-la durante uma entrevista que ela agendou com ele para a preparação de um livro. A cena de assédio teria acontecido num apartamento no centro de Paris, em fevereiro de 2003. 

Em 2007, a jornalista contou em um programa na televisão que havia relatado a tentativa de agressão a colegas de Strauss-Kahn no Partido Socialista. Mas políticos como François Hollande, secretário-geral do PS na época e hoje pré-candidato às presidenciais de 2012, assim como o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius teriam aconselhado Banon a ficar calada. Os socialistas negam ter abafado o caso.

Em uma entrevista concedida esta semana à revista L'Express, Banon diz que não prestou queixa na época porque foi convencida de que seria palavra contra palavra, e ela era o lado fraco da balança. "Quem iria acreditar nas acusações de uma estagiária de jornalismo contra o esposo de Anne Sinclair?", referindo-se à mulher de Strauss-Kahn, ex-apresentadora de tevê na França. "Iam me acusar de estar tentando fazer propaganda do meu livro", afirmou. Na entrevista à L'Express, Tristane Banon conta a abordagem de Strauss-Kahn em detalhes e a briga que os dois travaram para ela fugir do apartamento semidespida.

O francês afirma que as acusações de Banon são fantasiosas e seus advogados anunciaram que ela será processada por difamação. A mãe da jornalista, Anne Mansouret, uma eleita regional do PS, confirma ter conversado com Hollande sobre o incidente. Na época, ela acabou convencendo a filha a não denunciar Strauss-Kahn, mas hoje afirma ter se arrependido dessa decisão.  

A abertura do inquérito preliminar contra Strauss-Kahn na França compromete mais ainda o futuro político do ex-diretor do FMI. Embora o inquérito francês tenha poucas chances de influenciar o processo em Nova York, a imagem do socialista de 62 anos sofre mais um desgaste.

NYT revela propostas de Strauss-Kahn a outras mulheres

Em Nova York, a próxima audiência prevista está marcada para o dia 18 de julho. Depois de convocar esta semana os advogados da defesa, o promotor de Nova York, Cyrus Vance Jr.,  manteve as sete acusações de crimes sexuais contra o ex-diretor do FMI no caso da camareira africana.

O jornal The New York Times publica em sua edição de hoje o relato de duas funcionárias do hotel Sofitel à polícia. Elas afirmam ter sido convidadas por Strauss-Kahn para visitar a suíte do francês, na noite de 13 para 14 de maio, na véspera de ele ser preso por tentativa de estupro. O NYT também afirma que uma câmera de vídeo instalada no elevador do hotel filmou Strauss-Kahn acompanhado de uma terceira mulher, que não trabalhava no local, por volta de 1h20. A mulher foi identificada pelos investigadores mas não quis prestar depoimento à polícia.

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