Socialistas franceses tentam se reorganizar após escândalo envolvendo Strauss-Kahn

Os socialistas franceses, ainda abalados com o terremoto político provocado pela prisão de Dominique Strauss-Kahn, denunciam ‘linchamento mediático’ que o até então favorito para as presidenciais de 2012 vem sofrendo nos Estados Unidos.

A secretária-geral do Partido Socialista francês, Martine Aubry Reuters

A primeira secretária-geral do PS, Martine Aubry, declarou que o calendário das primárias do partido não vai ser modificado. As candidaturas internas deverão ser apresentadas entre 28 de junho e 13 de julho. O candidato socialista à Presidência será escolhido em dois turnos: 9 e 16 de outubro.

A saída inesperada de DSK, como o chefe do FMI é conhecido na França, dá um novo alento para os rivais do socialista. Quem sai na frente é o ex-líder do PS François Hollande. Segundo uma pesquisa da Harris Interactive, divulgada nesta terça-feira, ele seria o maior favorecido pela queda de Strauss-Kahn, obtendo 37% de votos. Pesa contra ele o fato de nunca ter exercido um cargo ministerial e o fraco carisma. Em seguida, vem Martine Aubry, com 23%. Próxima a Strauss-Kahn, eles tinham um acordo tácito de que apenas um entre os dois se apresentaria às primárias. Ela declarou que ainda é cedo demais para dizer se vai ser candidata no lugar de DSK. A candidata socialista derrotada nas últimas presidenciais, Segolène Royal, obtém 10% da preferência dos socialistas.

Pela primeira vez, o governo falou sobre o caso Strauss-Kahn. Diante de deputados do partido governista UMP, o premiê François Fillon declarou que se as “as acusações contra Dominique Strauss-Kahn forem verdadeiras, será algo muito grave e sem perdão”.