Acusação de crimes sexuais leva chefe do FMI a nocaute, diz imprensa
A prisão do chefão do FMI e suas consequências para a política francesa e o mundo das finanças estão nas manchetes de toda os jornais da França nesta terça-feira. Libération e Le Parisien usam a mesma expressão para resumir a situação de Dominique Strauss Khan: K.O., ou seja, nocaute.
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Em 8 páginas dedicadas ao caso, o Le Parisien começa dizendo que no intervalo de apenas algumas horas, o poderoso homem que decide o futuro da economia global virou um simples prisioneiro no tribunal de Nova York assim como qualquer outro delinquente.
Independentemente do resultado do caso, a imagem que vai ficar do caso e que chocou a França é a de Strauss Khan saindo algemado e escoltado da delegacia de polícia, diz o Le Parisien. Em seu editorial, o Libé escreve ainda que a transparência da justiça americana que permite tal exposição pública de um acusado, vai fazer os franceses mudarem sua relação com os políticos. A força da imagem faz de um suposto inocente, um suposto culpado, afirma o Libé.
Na França, lembra o jornal, só depois de condenado pela justiça uma pessoa é lançada aos holofotes da mídia, pagando o preço da vergonha. Acusado número 1225782. Esta foi a manchete escolhida pelo diário econômico Les Echos para explicar a situação atual do diretor-gerente do FMI.
A justiça americana decidiu manter Strauss Khan na prisão para evitar sua fuga do país, informa o título da reportagem principal. O diário também comenta que nos corredores ontem de Bruxelas, onde Strauss Khan deveria ter participado de uma reunião sobre a crise na Grécia e em Portugal, os rumores já começaram sobre sua substituição na direção do FMI e a Alemanha já começou a divulgar nomes de possíveis candidatos, informa o Les Echos.
Em sua manchete de capa o conservador Le Figaro sentencia: Strauss Khan deve abandonar o Fundo Monetário Internacional e renunciar às eleições presidenciais na França, onde pesquisas o apontam como o candidato favorito dos socialistas e capaz de bater o presidente Nicolas Sarkozy nas urnas.
Já o comunista L'Humanité diz que DSK passou da luz à sombra e escreve que a esquerda deverá recorrer a uma outra alternativa para vencer Sarkozy nas presidenciais do ano que vem.
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