França manda mais 284 ciganos de volta para a Romênia

Dois voos fretados da companhia romena Blue Air chegaram no final da tarde de quinta-feira a Bucareste, vindos de Lyon e Paris. França ignora críticas internas e internacionais e pretende inclusive acelerar processo de expulsões. 

Família cigana chega a Bucareste, Romênia, no dia 26 de agosto. REUTERS

Um total de 284 ciganos chegaram ao aeroporto de Bucareste-Aurel Vlaicu, vindos da França. Eles foram ‘voluntariamente’ deportados, em troca de 300 euros para os adultos e 100 euros para as crianças. As medidas fazem parte da nova e polêmica política de segurança do governo francês, que desde 1° de janeiro já expulsou 8.313 ciganos originários da Romênia e Bulgária.

A maior parte dos ciganos que chegou a Bucareste nesta quinta-feira escondia os rostos e evitava os jornalistas. Mas alguns falaram, como Ion Stancu, de 52 anos, que disse ter procurado trabalho na França durante três meses, mas resolveu voltar à Romênia sem ter encontrado nada. Autoridades romenas alertaram Paris que essas ações podem se transformar em racismo e xenofobia. No entanto, o ministro da Imigração, Eric Besson, anunciou, sem usar o termo ‘cigano’, que o retorno de romenos e búlgaros será acelerado.

A política francesa contra os ciganos foi criticada pela ONU, pela Comissão Europeia, pelo Conselho Europeu e pelo Vaticano. O grupo Romeurope, que reúne ONGs como Médicos Sem Fronteiras e Socorro Católico, declarou nesta quinta-feira que a ‘caça aos ciganos serve de cortina de fumaça para ocultar os problemas de verdade na França, como a crise da habitação e da insegurança'.