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França/ciganos

Expulsão de ciganos prejudica imagem do governo Sarkozy também no exterior

Expulsão de ciganos divide opinião francesa (48% são a favor e 42% são contra), mas críticas contra a política de segurança do governo Sarkozy aumentam dentro e fora do país. Mais 283 ciganos devem ser expulsos nesta quinta-feira.

Polícia desmantela acampamento ilegal perto de Lille, norte da França, nesta quinta-feira.
Polícia desmantela acampamento ilegal perto de Lille, norte da França, nesta quinta-feira. REUTERS
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Quase metade dos franceses - 48% - são favoráveis à expulsão de ciganos romenos, segundo pesquisa realizada pelo jornal Le Parisien, publicada nesta quinta-feira. Segundo a sondagem, 42% dos entrevistados são contrários. Quase 300 ciganos serão encaminhados até o final desta quinta-feira para a Romênia, em dois voos, um saindo de Paris e outro, de Lyon.

A política de segurança do presidente Nicolas Sarkozy não é alvo somente de críticas internas, seja da oposição, de membros de seu próprio partido, o UMP, ou da população, já que a popularidade do chefe de Estado francês nunca esteve tão em baixa. No exterior, a imagem do governo francês também está se deteriorando, principalmente depois das medidas adotadas contra os ciganos romenos.

Expulsões, destruição de acampamentos. A cruzada contra a etnia é mal vista pela imprensa mundial, que não poupa farpas. Para a revista Times, a expulsão dos ciganos lembra os métodos da Gestapo, a polícia nazista. Já o jornal Daily Mail compara o retorno “voluntário” dos ciganos a um sistema de deportação. Para os jornais romenos, as medidas aplicadas pelo governo francês, que já mandaram de volta para o país cerca de 200 pessoas, são racistas.

O tema desperta polêmica também dentro da União Europeia. A comissária de Justiça e Direitos Fundamentais, Viviane Reding, declarou que “ninguém deve ser expulso da França só porque pertence à comunidade de ciganos romenos.”

A Comissão de Direitos Humanos da ONU também tem se preocupado com outras decisões do governo francês, apresentadas por Sarkozy durante seu discurso em Grenoble, no início do mês. Entre elas, a retirada da nacionalidade de estrangeiros criminosos. Membros do governo foram convocados para dar explicações em Genebra, sede da comissão, que chegou a dizer que as declarações de Sarkozy eram uma "incitação ao ódio."

Segundo seus integrantes, a França registra um aumento da xenofobia." A delegação francesa, para apaziguar os ânimos, apresentou no seu relatório à ONU um plano nacional de luta contra o racismo. Uma iniciativa louvável, mas insuficiente, segundo a comissão, para um país conhecido pela sua tradição de respeito aos direitos humanos, e onde surgiu Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, no século 18.

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